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À época, o discurso de Carpini era de entender como seria a briga do Vitória na Série A, quando ele afirmava que não seria possível sonhar muito alto e a necessidade de reconhecer as próprias limitações.”Temos que entender o nosso tamanho na competição. Precisamos seguir o caminho de evolução com pontuação. Para nossa sequência, é primordial a permanência. É recuperação. Vamos sofrer até o fim. E eu peço ao torcedor que entenda a importância que tem. Peço paciência. Sem apoio do torcedor fica mais difícil ainda. A gente precisa se unir para dar resposta positiva. Não cobro desse grupo no segundo turno grandes aparições. Cobro entregar o Vitória na Série A”, disse após a derrota para o Flamengo, na 19ª rodada de 2024.Impacto no segundo turnoApós uma derrota dolorida para o Vasco da Gama em pleno Barradão, a situação do Vitória parecia crítica no Campeonato Brasileiro. Em 25 rodadas, o Colossal somava apenas 22 pontos, cinco a menos que o primeiro time fora do Z4 à época, o Fluminense, que ainda tinha uma partida a menos.
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Thiago Carpini, no entanto, levou o Vitória a uma recuperação histórica nos 14 jogos finais. Foram 25 pontos conquistados em 42 disputados, um aproveitamento de quase 60% que levou o time a uma incrível arrancada na tabela. A retomada proporcionou um improvável sonho com a possibilidade de classificação para a Copa Libertadores, que não veio, mas uma vaga na Copa Sul-Americana parecia um resultado já de grandes proporções após um começo ruim.”Foi difícil, desafiador, mágico. A gente poderia estar aqui contando uma história triste, tentando convencer vocês de que teve trabalho. Foi muito desafiador, talvez tenha sido o maior título do Vitória nos últimos anos”, avaliou Carpini após garantir a permanência do Vitória na Primeira Divisão.
Carpini celebra após vitória do Vitória contra o Fortaleza, que garantiu a permanência do Colossal na Série A
| Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
2025 promissor e invencibilidadeO sucesso no trabalho de Thiago Carpini levou a uma esperada e aprovada renovação de contrato, o que aumentou suas responsabilidade dentro do Vitória. Dessa vez peça chave no planejamento do clube para a temporada, o técnico comandou a pré-temporada do Leão e participou ativamente da montagem do elenco.O começo de temporada foi um sucesso, com o Rubro-negro acumulando uma grande marca de 17 partidas sem perder, que foram somadas há outros cinco jogos de 2024 e totalizaram 22. A impressionante invencibilidade foi a segunda maior da história do clube, o que rendeu ao Leão um grande início no Campeonato Baiano e Copa do Nordeste, especialmente.
Fazer história é o que é bonito no futebol
Thiago Carpini, após confirmar vaga nas finais do Baiano e cravar o 22º sem perder.
Veja abaixo a sequência de invencibilidade:Vitória 3 x 0 Atlético de Alagoinhas – Campeonato Baiano 2025Vitória 1 x 1 Altos – Copa do Nordeste 2025Atlético de Alagoinhas 0 x 4 Vitórias – Campeonato Baiano 2025Maranhão 0 x 1 Vitória – Copa do Brasil 2025Atlético de Alagoinhas 0 x 1 Vitória – Campeonato Baiano 2025Fortaleza 1 x 2 Vitória – Copa do Nordeste 2025Vitória 2×0 Jequié – Campeonato Baiano 2025Vitória 2×1 Ferroviário – Copa do Nordeste 2025Vitória 2×1 Porto – Campeonato Baiano 2025Vitória 1 x 0 Sousa – Copa do Nordeste 2025Bahia 0 x 0 Vitória – Campeonato Baiano 2025Vitória 4 x 0 Jacobina – Campeonato Baiano 2025Colo-Colo 1 x 4 Vitória – Campeonato Baiano 2025CRB 2 x 2 Vitória – Copa do Nordeste 2025Vitória 1 x 1 Jacuipense – Campeonato Baiano 2025Juazeirense 1 x 4 Vitória – Campeonato Baiano 2025Vitória 0 x 0 Barcelona de Ilhéus – Campeonato Baiano 2025Flamengo 2 x 2 Vitória – Série A 2024Vitória 1 x 1 Grêmio – Série A 2024Vitória 2 x 0 Fortaleza – Série A 2024Botafogo 1 x 1 Vitória – Série A 2024Criciúma 0 x 1 Vitória – Série A 2024Fim da invencibilidade e início da instabilidadeO fim da invencibilidade do Vitória de Carpini veio de maneira dolorida, com uma eliminação inesperada na terceira fase da Copa do Brasil. Em pleno Barradão, o Rubro-negro foi derrotado para o Náutico, equipe que disputa a Série C, encerrando a sequência de jogos sem perder e colocando uma pequena pressão para a decisão do Baianão.Após a eliminação, o treinador foi questionado sobre um prejuízo financeiro aos cofres do clube, visto que a projeção da diretoria era avançar pelo menos mais uma fase na competição. Carpini, no entanto, relembrou feitos anteriores para rebater a pergunta.”Sobre o financeiro, se for falar sobre isso eu estou no crédito com o Vitória. Quanto vale a manutenção na Série A? A vaga na Sul-Americana? A eliminação estava fora dos planos, mas prejuízo não tem. Prejuízo seria estar aqui falando de Série B. Eu gosto de olhar para frente, não vou me escorar no que passou. Mas prejuízo financeiro… o saldo do que entregamos aqui em todos os aspectos é muito positivo”, indicou.
Thiago Carpini durante entrevista coletiva
| Foto: Reprodução/TV Vitória
Daí para frente, o momento do Vitória e de Thiago Carpini mudou completamente. A equipe acumulou insucessos importantes após o revés para o Timbu, como a derrota para o rival Bahia na final do Baiano, a entrada na zona de rebaixamento do Brasileirão, além de uma campanha sem vitórias, até então, na fase de grupos da Copa Sul-Americana.No período de instabilidade, algumas falas do treinador geraram polêmica e incômodo por parte da torcida. Uma das mais lembradas foi a comparação entre Náutico e Boston River, adversário do Bahia na fase preliminar da Copa Libertadores.“Eu acho que mensurar a dificuldade de cada jogo pela divisão do adversário talvez não seja o certo. O time de uma Série D ou C joga a vida contra o grande. Eu garanto para você que o Náutico é melhor que o Boston River. E o Boston River está na Libertadores. Então não vai por essa de divisão. Não tem mais ninguém bobo. Não que isso mude nossa incapacidade de ter feito o que precisássemos nesses jogos”, disse Carpini após derrota no primeiro Ba-Vi das finais do Campeonato Baiano.Momento atualPraticamente inquestionável em outrora, Thiago Carpini hoje já não vive uma lua de mel com os rubro-negros. Com uma sequência de apenas duas vitórias em 16 jogos, o treinador do Vitória passou a ser mais cobrado e até sua demissão já começou a ser pedida por parte dos torcedores.Carpini, no entanto, entende que o coletivo de sua equipe é bem trabalhado. Apesar de enfatizar muitas vezes sob a necessidade de “dividir responsabilidades”, o técnico do Leão novamente mostrou seu incômodo com os erros individuais dos atletas.”Hoje eu vejo, pelos últimos jogos e quantidade de erros grandes, tanto defensivo quanto ofensivo. Enfatizaria se tivesse mais tempo tentar melhorar o atleta, mais trabalho individual que coletivo. Coletivamente equipe organizada, comportamentos bem definidos. Ficaria incomodado se fosse uma equipe improdutiva, mas chegamos no terço final, finalizamos, até esse ponto de produzir a gente consegue, daí em diante a gente precisa melhorar individualmente, cada um fazer essa autocrítica”, avaliou Carpini após o empate com o Defensa y Justicia, pela Sul-Americana.Pressionado como nunca esteve antes, o Vitória de Thiago Carpini busca virar a chave contra o Vasco da Gama. Pela 8ª rodada do Brasileirão Série A, as equipes duelam neste sábado (10), às 18h30, novamente no Barradão.