Aliança pela Agroindústria da Bahia reúne 13 instituições

A formatação de um grupo composto inicialmente por 13 entidades ligadas à agropecuária baiana deflagra uma nova era no estado, visando o aumento da produção agroindustrial da Bahia. A meta é agregar valor à produção estadual com a verticalização, que deve integrar as diferentes etapas da diversa cadeia produtiva, gerando mais empregos, impostos e movimentando a economia.A primeira reunião oficial da Aliança pela Agroindústria da Bahia reuniu os representantes das 13 instituições no espaço da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) no complexo da Bahia Farm Show, no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano.Para o presidente da Aiba, Moisés Schmidt, o resultado foi positivo. “Discutimos números, avanços e propósitos daqui para a frente”, afirmou, acrescentando que o passo foi importante “para evoluirmos com a agropecuária baiana, do Matopiba [região formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia] e do Brasil”.Schmidt pontuou que o estado é referência em agropecuária e cresce com a agroindustrialização. “A verticalização está chegando e mostrando que conseguimos agregar valor em cima do nosso produto”, disse, destacando que o cenário é positivo na pré-Bahia Farm Show. “Saímos alinhados neste momento e com certeza vamos colher os frutos na feira e nos anos vindouros”, projetou.Presidente da Associação Baiana de Pecuária (Acrioeste), Gill Arêas Machado disse que o movimento é de extrema importância “porque proporciona a ampliação das discussões em relação a todos os aspectos estruturantes na região”.Ele citou como exemplos a melhoria do fornecimento de energia elétrica e a verticalização na industrialização de grãos e fibras, “para que possamos deixar de ser apenas produtores de commodities e passarmos a ofertar produtos manufaturados”.Um dos líderes do movimento ‘Decola Oeste’, Machado salientou que a ampliação do Aeroporto de Barreiras e a conclusão da Ferrovia da Integração Oeste Leste (Fiol) são imprescindíveis para o desenvolvimento regional, assim como a implantação de um Porto Seco na divisa entre os municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério.A motivação para integrar a Aliança pela Agroindústria da Bahia foi “a esperança de que essa união nos fortaleça ainda mais como entidade representativa”, disse, salientando que a verticalização trará mais opções de emprego, com melhoria de renda da população, além de gerar mais recursos para os municípios, estados e União, através do aumento de arrecadação de impostos.União fortalece“Unir essas instituições dá mais força do que pleitear individualmente uma demanda que é coletiva. Então, iniciativas como essas são primordiais por debater, expor opiniões e conhecimentos”, afirmou a vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Carminha Missio.Ela destacou que o fortalecimento do setor visa garantir a sustentabilidade da atividade agrícola, bem como agregar valor nos produtos finais. “O primeiro passo já foi dado, e o que se vê é que há um bom alinhamento, uma boa interlocução entre as instituições como um todo”, asseverou.Os próximos passos do grupo, segundo Missio, são a flexibilização da legislação e a elaboração de um projeto que esteja alinhado com as temáticas que o mundo pede, “mas especialmente mostrando que somos ambientalmente, socialmente e economicamente sustentáveis”.Com a meta de agregar valor à produção nacional, ela pontuou ser preciso aprofundar a discussão e vencer alguns gargalos. “Por exemplo, o oeste é o maior celeiro produtivo de grãos do estado. Tínhamos que viabilizar aqui a produção de proteína, já que temos a base da nutrição animal”, argumenta.Carminha Missio enfatizou que a Bahia é grande na produção de algodão – portanto, “temos que atrair empresas de fiação e tecelagem”. Outra possibilidade, disse a líder do agro baiano, “é a transformação da produção de grãos e fibras em energia e a exportação dos produtos finais com bom alinhamento entre o pleito das instituições e os outros países”.Para avançar, serão necessárias discussões setoriais, com o objetivo de alinhar demandas. A partir daí, diz Carminha, “levar o debate para as mesas de decisões é o que pretendemos, ou seja, o próximo passo é estreitar o diálogo e tirar o projeto do papel, alinhando políticas públicas e privadas”.Neste contexto, a Bahia Farm Show é uma grande vitrine, que reúne entes públicos e privados, “seja para gerar negócios, seja para gerar pautas de debates e, consequentemente, soluções”, ressaltou a empresária. Ela acrescentou que o grupo vai aproveitar esse momento para colocar o tema no centro da discussão.
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