O empate em 1 a 1 com o Defensa y Justicia, na última terça-feira, 6, no Barradão, deixa a situação do Vitória complicada em termos de classificação na Copa Sul-Americana. Sem vencer na competição continental e com apenas três pontos somados após quatro rodadas, o rubro-negro baiano começa a mirar seu foco para o Campeonato Brasileiro.Foi o que deixou claro o técnico Thiago Carpini, durante a entrevista coletiva após a partida. Mesmo sem a eliminação matemática, o treinador afirmou que o clube escolheu priorizar a Série A e sinalizou que as duas partidas restantes no torneio continental devem ter caráter secundário.“A escolha hoje foi justamente priorizar a Série A. Como não aconteceu a vitória hoje, Papai do Céu está mostrando que o caminho é mesmo o Brasileiro. Se a gente vence hoje, cria expectativa, aí fazemos força-tarefa nos últimos jogos e nisso vão passando rodadas da Série A. O jogo do Vasco é o mais importante e com ou sem tempo de treinar precisamos vencer”, disse o treinador.O comandante rubro-negro afirmou que a equipe precisa de uma recuperação diante do Vasco da Gama neste sábado, 11, às 18h30, novamente no Barradão, pela 8ª rodada do Brasileirão.“Priorizar o Brasileiro, a escalação hoje foi por isso. Hoje a classificação fica difícil. Passar tranquilidade para os atletas, responsabilidade é grande. Seguir trabalhando. Sair melhor desse momento turbulento. Vasco é jogo de decisão para nós. Por isso o time alternativo hoje. Demos oportunidades aos jogadores.”Carpini destacou falhas individuais no empate diante dos argentinos, porém elogiou o comportamento coletivo da equipe. O técnico assumiu a responsabilidade pela má fase na temporada.“Hoje eu vejo, pelos últimos jogos e quantidade de erros grandes, tanto defensivo quanto ofensivo. Enfatizaria se tivesse mais tempo tentar melhorar o atleta, mais trabalho individual que coletivo. Coletivamente equipe organizada, comportamentos bem definidos. Ficaria incomodado se fosse uma equipe improdutiva, mas chegamos no terço final, finalizamos, até esse ponto de produzir a gente consegue, daí em diante a gente precisa melhorar individualmente, cada um fazer essa autocrítica”, afirmou.“Não estou transferindo isso para os atletas. Sou o responsável por tudo isso. Precisamos assimilar todas as críticas. Ser fortes e maduros para dar uma resposta. São tantos bons exemplos do ano passado e outros ruins que a gente tenta trazer para esse momento. Com semanas abertas muitos jogadores evoluíram e terminaram a temporada muito bem. Hoje essa é a nossa maior dificuldade, evoluir individualmente. A gente fica incomodado, chateado”, complementou.Questionado sobre a ineficácia do setor de ataque do Vitória, Carpini atribui a ansiedade no momento da definição das jogadas.“Talvez só não usaria o termo incompetência, acho que a ansiedade está atrapalhando. Escolhas ruins, falta de segurança em fazer o gol. Jogadores da primeira prateleira do nosso futebol, jogam Série A. Precisa ter coragem de tomar as decisões. Tivemos diversas situações. Incômodo do torcedor é nosso. Vamos nos fechar um pouco mais, ver algumas coisas que estão acontecendo e dar uma resposta no sábado, jogo difícil, muito importante e contra uma equipe difícil. Ainda mais se tratando desse momento, atmosfera negativa, precisamos dar uma resposta negativa. A gente sabe que a paciência do torcedor não está a mesma, faz parte, a gente tem que entender”, pontuou.Em relação ao ambiente interno do grupo, Carpini diz que é o melhor possível, independente da má fase. Ele salienta que o grupo precisa voltar a vencer.“Ambiente muito bom, dentro do possível. Ambiente está bom, estamos apenas incomodados com tantos jogos sem vitórias. Precisamos dar uma resposta positiva. A gente acaba vendo os questionamentos sobre contratações. A gente aumentou orçamento, mas ainda é o 17º da Série A. Trabalho muito bom, liderado pelo Fábio, Maneca, pessoas que fazem parte do clube. Os que chegaram, o que saíram. Aumentamos receita em 30%, mas a realidade é que oscilamos nas duas competições. Hoje a gente tem que competir num futebol muito desigual, e quando se tem dois times na cidade, o sucesso de um acaba se misturando à crise do outro. A gente tem que entender o que vem sendo feito nas SAFs. Cada um tem sua história, temos que manter os pés no chão, fizemos o melhor com o que a gente tinha, e não mudo minha opinião, é um bom elenco, sim. Confio nesses atletas, mas precisamos melhorar, assumir um pouco mais da responsabilidade”, finalizou.
Carpini admite foco na Série A: “O caminho é o Brasileiro”
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