O novo projeto de concessão de duas das rodovias mais importantes para a Bahia e o Brasil, as BRs-324 e 116, convida à reflexão, tomando como pressuposto a importância de ampliar o debate visando ao melhor resultado.Os investimentos estimados em R$ 24 bilhões, ao longo de 30 anos, podem aliviar o erário, embora não se deva descartar uma oportunidade de polêmica, pois supostamente o recolhimento de impostos deveria bancar os custos.Por esta interpretação, ao passar por cada ponto de cobrança, estaria o usuário sofrendo “bitributação”, com agravante da duplicação de sete para 14 o número de pedágios, no plano da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).Outro item difícil de pacificar é o custo das tarifas, situado entre R$ 4,78 e R$ 11,06, a depender da distância calculada, em subtração considerável do orçamento dos condutores, além de impulsionar a temida espiral inflacionária.Todos estes temas do dia merecem, pela complexidade e conflito de interesses, um maior cuidado dos gestores com o objetivo de mobilizar a sociedade civil no sentido de uma maior participação nas audiências públicas programadas.É preciso empenho nestes encontros com a cidadania, pela relevância do sagrado método do diálogo, a troca de razões para verificar as decisões mais justas para o país. Vale ressaltar, como fundamento do Estado democrático e de direito, a participação proporcional dos diversos sujeitos envolvidos no enredo, considerando o longo tempo dos contratos, e a vultosa renda deles resultante.O contexto desdobra para uma questão, a quem interessaria a aprovação do regulamento sem a presença de cidadãs e cidadãos nas reuniões para coleta de contribuições, tendo por meta combinar como queremos nossas estradas.Como agravante, esta mesma ausência nas assembleias pode tornar-se depois uma decepção, gerando prejuízos e óbitos, por conta de pistas conservadas precariamente, tornando-se bom negócio apenas para uma parte.
Pista escorregadia
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