A possível saída da deputada federal Carla Dickson dos quadros do União Brasil virou um fator decisivo para a definição de quem vai comandar a federação entre o União Brasil e o PP no Rio Grande do Norte. A reportagem do AGORA RN apurou que o assunto deverá ser discutido ainda nesta semana em uma reunião entre José Agripino Maia e João Maia, dirigentes dos dois partidos no Estado.
Com a possível mudança de sigla da deputada (que é cotada no PL), o União Brasil passaria a ter apenas um parlamentar no Estado, no caso Benes Leocádio, o que faria o União Brasil empatar em número de deputados com o PP, que tem apenas João Maia.
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Ao formalizarem a junção na semana passada, as direções nacionais de União Brasil e PP definiram que o comando da federação nos estados seria estabelecido seguindo um critério objetivo. Pela regra, deve ter prioridade no comando o partido que tiver o governador do Estado. Caso o governador não seja de nenhuma das duas legendas (caso do RN), a presidência fica a legenda que tem o maior número de deputados. Atualmente, o União Brasil tem dois, e o PP, um. Com a saída de Carla, o jogo ficaria empatado.
No caso de empate, a definição precisaria ser fruto de consenso entre as duas siglas. Ou, em último caso, a decisão passaria pela intervenção do comando nacional. Atualmente, o União Brasil potiguar é presidido pelo ex-senador José Agripino Maia. Já o PP é comandado por João Maia.
Na semana passada, Agripino disse que o comando da federação ficaria com o União Brasil porque o partido tem mais deputados. Ao ser perguntado sobre a possibilidade da saída de Carla Dickson do União Brasil, ele foi taxativo:
“Eu acho que está se ‘exponenciando’ ou está se criando exercício de futurologia. Há um acordo antecipado. Há um acordo de cúpula. Nove estados terão presidência exercida por alguém do União Brasil. Um dos estados é o Rio Grande do Norte. Todo mundo da federação sabe disso. O Rio Grande do Norte já está definido por antecipação pela cúpula do partido.”
A reportagem do AGORA RN procurou Carla Dickson e João Maia, mas não conseguiu contato com os dois.
Superfederação
O grupo reunirá 107 deputados e 14 senadores. No caso da Câmara, a federação União-PP terá a maior bancada, superando o PL, de Jair Bolsonaro, que tem 92 deputados. Já no Senado o grupo empata com o PSD e com o PL pelo posto de maior bancada. Juntos, os partidos teriam ainda um fundo partidário quase bilionário, de R$ 954 milhões, além de seis governadores e 1.343 prefeitos, a maior quantidade entre as legendas.
A federação também terá o maior número de prefeitos do RN. Serão 48 ao todo, três a mais que o MDB, presidido no Estado pelo vice-governador Walter Alves. Em todo o País, a federação União-PP terá 1.336 prefeitos, o maior número do País, superando o PSD, que tem 889 gestores municipais.
Instituído pelo Congresso Nacional em 2021, o modelo de federações busca permitir que os partidos atuem de forma unificada em todo o País, funcionando como uma única agremiação por quatro anos. Isso significa que, em 2026, as duas siglas vão atuar juntas