
Ação faz parte do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos nas bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. Pesquisadores resgataram um boto-cinza fêmea de 1,57 de comprimento
Luiz Sabioni/PCMC
Um boto-cinza fêmea de 1,57 metro de comprimento foi encontrado no sábado (3) na Ilha de Maracá, no litoral do Amapá. O animal foi resgatado por um grupo de pesquisadores do Instituto Federal do Amapá (Ifap) que integram o Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos nas bacias Pará, Maranhão e Foz do Amazonas (PCMC).
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O boto-cinza foi resgatado por volta das 12h por uma equipe da Estação Ecológica (Esec) de Maracá-Jipioca, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O animal foi acondicionado com gelo para conservação até a chegada dos veterinários do PCMC.
Segundo o médico veterinário Luiz Sabioni, o primeiro procedimento em casos como esse é a retirada da bula timpânica, estrutura óssea no ouvido do animal que apresenta alterações quando há alguma interação com a atividade sísmica.
“A gente coletou logo a bula timpânica, antes que a decomposição avançasse e se tornasse imprópria a coleta. As bulas serão enviadas para Natal-RN, onde passarão por uma análise por microscopia eletrônica para poder atestar se esse animal é um candidato a ter entrado em contato com o estudo sísmico”, explicou o veterinário.
Mas os primeiros indícios é que o encalhe do animal foi ocasionado por um emalhamento acidental em rede de pesca, que são cicatrizes possivelmente causadas por rede de pesca.
“Em todo o corpo do animal foi possível notar sinais de emalhe, desde a cabeça, cauda e nadadeiras há sinais de malhadeira e algumas perfurações, provavelmente da pessoa que tentou retirar ele”, contou o médico veterinário.
Animal apresentava sinais de emalhamento acidental em rede de pesca, que são cicatrizes possivelmente causadas por rede de pesca.
Luiz Sabioni/PCMC
O veterinário ainda informou que o animal ainda estava fresco no momento quando foi encontrado. A necrópsia do animal está prevista para a manhã desta quarta-feira (7), e contará com a participação de alunos de medicina veterinária do Ifap e bolsistas do PCMC.
Sobre o projeto
Projeto é uma parceria entre o Ifap e o Iepa.
PCMC/Divulgação
O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos busca analisar e atuar em encalhes de baleias, botos e golfinhos. Além de educação ambiental em comunidades locais.
Os pesquisadores buscam monitorar os impactos de estudo sísmico, usado para detectar poços de petróleo em animais marinhos encalhados na costa do Amapá. O monitoramento é parte da exigência do Ibama para exploração na Bacia Pará-Maranhão, na Margem Equatorial.
A iniciativa funciona desde o ano passado, o projeto foi uma exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) no processo de licenciamento ambiental da pesquisa marítima para levantamento de dados geológicos da TGS nas bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.
O projeto ainda disponibiliza dois números para a comunidade acionar em casos de encalhe de animais marinhos, pode entrar em contato por meio dos números: (96) 99206-3344 e (96) 99116-3712.
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*Estagiário sob supervisão do editor Rafael Aleixo.
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