
Pietro Parolin é um dos cardeais cotados para suceder o papa Francisco
Yara Nardi/Reuters
Em conversa com o blog, um cardeal que participará do Conclave disse que a eleição que escolherá o sucessor do papa Francisco está em um cenário de completa indefinição, principalmente, em razão do desconhecimento dos participantes em relação aos colegas.
Durante o seu pontificado, Francisco aprofundou a internacionalização do Colégio de Cardeais, escolhendo diversos nomes de regiões periféricas do mundo. Dessa forma, os 133 cardeais eleitores tiveram pouca convivência uns com os outros.
De partida, diante do desconhecimento geral, o nome tem mais visibilidade é o do italiano Pietro Parolin, ex-secretário de Estado do Vaticano.
No entanto, dentro do colegiado de cardeais, a avaliação é de que, embora conte como um ponto a favor de Parolin o fato de ele ter uma carreira ampla na diplomacia, a percepção de que ele não tem o mesmo carisma do papa Francisco pesa contra o italiano.
Parolin nunca esteve à frente de uma diocese, portanto, não tem uma experiência pastoral, apesar da carreira diplomática.
Em outra frente, cardeais italianos estão tentando viabilizar a candidatura de Pierbattista Pizzaballa, que é o patriarca latino de Jerusalém e que tem uma atuação importante no diálogo inter-religioso, pela atuação em áreas conflagradas.
Já alguns franceses e representantes de outros países da Europa tentam fortalecer o nome de Jean-Marc Aveline, que é um cardeal de Marselha, na França. Trata-se de um cardeal de uma linha de atuação próxima à do papa Francisco, sobretudo, na questão do acolhimento a imigrantes.
Nos últimos dias, surgiu com força uma articulação em torno do nome de Robert Francis Prevost, que era o prefeito do Di Castélio dos bispos da gestão Francisco.
Um influente cardeal de Honduras passou a defender o nome de Prevost, mais recentemente, durante as cerimônias fúnebres do papa Francisco.
Pesa contra o nome de Prevost o fato de ele ser norte-americano, mesmo tendo sido bispo de uma dioceses do interior do Peru, muitos cardeais resistem em ter um nome americano.
“O Prevost, mesmo sendo americano, tem todas as qualidades do papa Francisco”, disse um influente prelado ao blog.
“Tudo está em aberto, o que vai definir o Conclave será o primeiro escrutínio, quando os nomes papáveis estarão mais explicitados”, completou esse cardeal.