Potiguares vivenciam emoção de assistir show de Lady Gaga direto do RJ

A noite de 3 de maio de 2025 vai ficar na memória de milhões de pessoas que puderam assistir ao show da cantora americana Lady Gaga nas areias da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, incluindo potiguares que viajaram até o estado para acompanhar esse momento.

Segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, o megashow reuniu cerca de 2,1 milhões de pessoas na orla carioca, superando o público da apresentação de Madonna no ano passado, que contou com 1,6 milhão de fãs no local. A estudante potiguar Geja Muniz foi uma dessas que puderam estar presentes nos dois eventos. Aos 24 anos, ela viajou para o Rio de Janeiro com um grupo de amigos.

“Eu acho que eu não tenho nem como descrever o início da minha relação com a Gaga. Ela está tão intrínseca em mim, está presente desde que eu sou criança, desde a época do The Fame, o primeiro álbum dela, ali em Poker Face, Just Dance, eu já era vidrado na autenticidade dessa mulher”, diz ela, que conta que o álbum Artpop, lançado em 2013, foi o que a fisgou de vez.

Geja assistiu ao show de Madonna em 2024 e, neste ano, o de Lady Gaga | Foto: cedida

No ano passado, Geja viajou sozinha para assistir Madonna. Desta vez, a presença dos amigos tornou a experiência mais marcante e a ajudou em meio ao processo da viagem. 

“Acho que esse show vai ficar não só na minha memória, mas para a história desse país, da carreira dela, dessa cidade. Eu amei do início ao fim. O fato de ser uma ópera gótica e resgatar toda a identidade dela no início da carreira, mais ‘monstrona’, mais ‘punkzona’. É uma experiência que eu não consigo nem descrever. O show foi apoteótico. Apoteótico é a palavra. E acho que o momento que me marcou muito durante o show foi Born This Way, obviamente”, aponta. Born This Way, single do álbum de mesmo nome lançado em 2011, é considerado um hino LGBT sobre aceitação. 

“A energia estava de outro mundo quando ela cantou Born This Way”, conta Geja.

Já o amigo Lucas Henrique, de 25 anos, diz que um dos seus momentos preferidos foi a leitura de uma carta feita pela cantora, além da performance de Vanish Into You, fechando o quarto ato do espetáculo.

“Para além da carta que ela leu para os fãs, por tradução, acho que um dos momentos mais apoteóticos foi Venish Into You, porque ela criou uma marca de relação com os fãs dela através dessa música”, diz.

Lucas e Geja saíram do RN para show no RJ | Foto: cedida

Já Miguel Vladimir foi outro fã potiguar que teve a oportunidade de assistir Gaga direto do RJ. Ele é natural de Natal mas mora atualmente em Pinheiro, no interior do Maranhão, por causa da graduação na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Para o Rio, viajou com a amiga Nathalia Fernandes, também de Natal.

“Minha relação com a Gaga começa ali por volta de 2010, 2009, com 5 anos, 6 anos, quando eu assisti os videoclipes de Paparazzi, Bad Romance, Poker Face, Just Dance, LoveGame e, depois, com o clipe de Applause também. Mas eu vim firmar laços mesmo em 2016 com a era Joanne, que foi uma era mais intimista. E eu me apaixonei ali, que eu vi uma parte mais sentimental e íntima dela. E aí eu me senti bastante abraçado e eu me identifiquei bastante com ela”, explica.

Miguel começou a ficar de olho na viagem ainda em 2024, quando o show da artista no Brasil sequer estava confirmado, mas existiam rumores. Conversou com as amigas, combinaram de viajar, reservou a hospedagem — que poderia ser cancelada caso o show não se confirmasse — e comprou a passagem de avião apenas quando já havia a confirmação de fato.

Sem o ingresso para a área VIP e para tentar ficar mais próximo da cantora, o potiguar tomou uma atitude ousada. Foi para a área do show às 4h, ainda de madrugada, para uma apresentação que só começaria às 21h45.

Miguel e a amiga Nathalia | Foto: cedida

“Viver não só a noite foi especial, mas o dia também”, diz.

Mas a preparação até a noite não foi fácil: muito sol, muita areia, e em um momento precisou evitar tomar água, porque a lotação do público já não permitia sair para ir ao banheiro, por exemplo.

“E aí, quando chegou a noite, eu chorei bastante, porque eu lembrei do dia que tinha passado e de que ia ver a Gaga pessoalmente, além da emoção também de estar com pessoas que compartilham do mesmo sentimento”, explica.

Dentre os momentos marcantes, cita a abertura do show, a entrada dos dançarinos com a camisa da Seleção Brasileira e também o ensaio surpresa do dia anterior.

“Então eu pude ver a Gaga duas vezes praticamente. Tudo isso, para mim, foi bastante marcante.”

Já Nathalia Fernandes começou a acompanhar a diva pop por volta dos 10 anos, em meados de 2010. Naquela época, conta, Natal não tinha muitas referências de cultura pop. 

“Parecia tudo meio distante, sabe? E aí veio ela. Minha primeira diva. Impactante de um jeito que eu nunca tinha visto. Ela era ousada, fora do padrão, chocava e eu amava isso. De certa forma, me vi nela. Na liberdade, na coragem e no jeito escandalosamente autêntico. Ela foi minha porta de entrada para um universo que moldou quem eu sou hoje”, descreve.

Nathalia conta que passou por alguns perrengues e episódios de confusão devido ao alto público, mas nada que tirasse a magia de ver a Mother Monster ao vivo.

“Minha primeira diva”, conta Nathalia, sobre Gaga | Foto: cedida

“Porque não é só sobre ver o show. É sobre estar lá, juntos, vivendo aquilo. É sobre amizade, sonhos de adolescência realizados, memórias que viraram história. Acordar 4h da manhã pra ir pra grade, passar horas na frente do hotel esperando uma chance de ver ela na sacada… parece loucura? Pra quem não entende, talvez. Mas pra quem é fã de verdade, isso é ritual. E olha, não é com qualquer artista que a gente faz isso, não. Só com aquele que realmente marcou. No meu caso, a Gaga foi uma grande inspiração. Ela me empurrou pra cultura pop de um jeito que, sem eu perceber, já estava me preparando pra minha carreira profissional. Hoje sou publicitária, e muito do que eu sei sobre impacto, branding, storytelling, imagem, comunicação e comportamento começou ali, com ela”, afirma ela, grata pelo momento que viveu.

“E, no fim das contas, acho que a vida é sobre isso. Dinheiro é importante (claro, é essencial), mas quando eu chegar nos meus 80 anos (se Deus quiser), o que vai contar mesmo são as lembranças que me fizeram sentir viva. E essa é uma delas. Então não, eu não me arrependo de nada. Cada erro foi um aprendizado e cada acerto foi um lembrete de que eu estava no caminho certo. I was born this way”, avisa.

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