Região Norte do ES vai ter novas rodovias e reforço com aeroporto

Além da duplicação de rodovias, a região Norte do Estado também pode ser beneficiada por investimentos em ferrovias e na retomada do aeroporto de Aracruz para o transporte de cargas. No caso do aeroporto, a retomada foi anunciada no último mês de novembro, e o vice-governador Ricardo Ferraço fez declaração sobre o interesse da Suzano em atuar no espaço.Já sobre as ferrovias, o governador Renato Casagrande chegou a conversar com o presidente Lula, em Brasília, sobre a possibilidade de se consolidar um corredor centro-leste ferroviário, que ligaria Goiás e Minas Gerais aos portos do Espírito Santo, em meio a conversas sobre a renovação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).A avaliação interna do Ministério dos Transportes sobre o futuro da maior concessão ferroviária em operação no país indica que a realização de um leilão do traçado é o caminho mais vantajoso para o poder público.O governo poderia desmembrar essa malha em diferentes blocos de concessão, além de incluir a recuperação de milhares de quilômetros de trilhos que foram abandonados nas últimas décadas pela VLI, a atual concessionária da FCA.Os 7.857 km de linhas da FCA interligam Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Sergipe e Distrito Federal, conectando-se às demais concessões que operam no País.O problema é que grande parte dessa malha apodreceu ou passou a ser subutilizada pela VLI — dos 7.857 km de extensão da FCA, cerca de 3.000 km estão inutilizados.Negócios na Serra e FundãoIntegrantes da Região Metropolitana da Grande Vitória, Fundão e Serra podem também ingressar na eventual nova Região Metropolitana que pode surgir com o desenvolvimento da região Norte do Estado.Esses dois municípios passariam pela chamada conurbação, um processo em que a cidade pode ser considerada parte de várias regiões metropolitanas, dependendo de como essas regiões são definidas e delimitadas.Há exemplos em outros estados onde um município está em mais de uma Região Metropolitana, como Campinas e Jundiaí, que integram suas próprias RMs e também a de São Paulo.Segundo o presidente da Associação de Empresários da Serra (Ases) Fábio Junger, a Serra pode desempenhar um papel como retroárea logística desse novo complexo industrial que está surgindo naquela região.“É um município que se destaca pela infraestrutura robusta, com mais de dez parques industriais consolidados, além de fazer a conexão de Aracruz com Vitória, o que a torna capacitada para cumprir essa função de retroárea de apoio às operações da ZPE, por exemplo”, afirma.José Carlos Buffon Júnior, coordenador do Comitê Qualificado de Conteúdo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Estado (Ibef-ES), explica que, caso seja criada a nova região metropolitana, ela poderá atuar em conjunto e harmonia com a já existente Região Metropolitana da Grande Vitória.“Principalmente tendo em vista os investimentos na ES-115, que ligará a região de Civit I, na Serra, a Aracruz”, conta.Já o prefeito da Serra, Weverson Meireles (PDT), afirma que empresas já observam o município como um local estratégico para se instalar, seja como fornecedoras da ZPE, seja para aproveitar o ambiente de negócios consolidado.“Somos uma cidade planejada, desburocratizada e com forte vocação para atrair investimentos. O cenário é promissor e estamos preparados”, destaca.

Região do CIvit, na Serra, que tende a fazer parte da nova região metropolitana do Norte do Estado, assim como faz da Grande Vitória.

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Divulgação/Bruno Leão — 25/06/2024

Duplicação da 101 é essencial O crescimento da região Norte do Espírito Santo passa também por obras de logística urbana, como a duplicação da BR-101 no trecho que passa pelo Estado.A duplicação é uma demanda antiga, e empresários consultados pela reportagem pedem urgência para que a obra ocorra e possibilite o desenvolvimento pleno da região.“É essencial que saia do papel e se torne realidade, porque, do contrário, há riscos ao projeto de desenvolvimento da região”, chegou a afirmar o consultor empresarial Durval de Freitas.

Trânsito na BR-101: pista simples coloca em risco o desenvolvimento da região Norte, segundo empresários.

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Divulgação/Eco 101

A obra faz parte do contrato de repactuação da Eco101, que administra a rodovia desde 2013. O projeto de duplicação do trecho Norte da rodovia abrange uma extensão inicialmente concentrada na Serra, entre os quilômetros 242 e 247, começando próximo ao Contorno de Mestre Álvaro até as proximidades da praça de pedágio. “A duplicação da BR-101 acontecendo é um dos principais desafios para o futuro, junto com a questão da qualificação da mão de obra. É essencial que ela ocorra para garantir que a viabilidade do desenvolvimento da região”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de Colatina, Luiz Fernando Lorenzoni.A duplicação da BR-101 foi, inclusive, listada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) como uma das 49 prioridades para o Espírito Santo no âmbito infraestrutural, junto com a própria realização das obras do Porto da Imetame e da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que assim como as rodovias também terá importância para o desenvolvimento da região Norte do Estado.A conexão entre Serra e Aracruz é vista como estratégica pelo governo estadual, existindo inclusive projeto para um novo corredor a oeste de Jacaraípe, onde estão sendo construídos o Contorno de Jacaraípe e futuramente será feita uma nova ponte Rio Reis Magos, para viabilizar um novo acesso até às zonas portuárias de Aracruz.“Estamos conectando o polo empresarial da Serra ao polo de Aracruz, onde haverá um novo complexo portuário. São investimentos que ampliam nossa competitividade e garantem um futuro promissor para o Espírito Santo”, chegou a afirmar o governador Renato Casagrande, durante evento da Ases em março deste ano.Em nota, a Ecovias 101 informou que o desenvolvimento econômico da região pode contribuir para o aumento do fluxo na rodovia e, consequentemente, para a ampliação de demandas de infraestrutura.

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