
Um novo Estado para a representação política da sociedade precisa ser criado. Com uma nova sociedade onde todas as pessoas tenham seus direitos de existir assegurados. Do jeito que está, não está bom. Esse jeito de negar a existência de ser uma pessoa humana pela cor, pela idade, pelo sexo, pela deficiência. A vida humana não pode ser extinta por outros interesses. E não podemos deixar a política morrer. Essa atividade muito nobre.
Essa fala tão comum, entre nós, de que política, religião e futebol não se discutem é pura bobagem, com todo respeito. A gente tem que conversar, sim. O que está faltando é a manutenção do diálogo. Nem é a manutenção do diálogo, é o diálogo mesmo. A saída de cena do Papa Francisco deixou um grande vazio de conversa e interlocução entre as nações mundiais. Será que o próximo papa vai seguir na direção do seu antecessor? Peço a Deus, com muita fé, que sim.
Embora reconheço a presença de muitos retrocessos na quadra planetária. A velocidade da mudança é muito complexa entre fluxos e refluxos de cidadania. Eu acredito e desejo sentir os ventos da mudança… A minha bandeira e a de muitos colegas é a do envelhecimento digno, com qualidade de vida para todas as pessoas. Há mais de 30 anos que eu e um grupo de profissionais lutamos para que haja um envolvimento público com as questões do nosso envelhecimento, numa cidade que tem mais de 100 mil pessoas com idade de 60 anos ou mais. Nesse período tivemos muito pouco progresso na valorização e reconhecimento às necessidades das pessoas idosas e das pessoas que, como nós, como eu, envelhecem na cidade.
Na semana que vem promoveremos mais uma Semana Municipal da Pessoa Idosa. Nos dias 7, 8 e 9 de maio. Eu chamo a sua atenção, prezado leitor e leitora, para te dizer que o dia 9 de maio é o Dia Municipal da Pessoa Idosa em Juiz de Fora. O que isso significa para você? Significa que você, assim como eu, deseja envelhecer com direitos sociais e de saúde, conscientes de que temos que continuar lutando. Significa que precisamos participar ativamente da vida da cidade. Frequentar as reuniões da Câmara Sênior. Da Comissão da Pessoa Idosa da Câmara Municipal. Do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. Só participando dessas importantes reuniões é que poderemos contribuir para conquistar novos direitos e garantir os já reconhecidos.
A cidade deve muito às pessoas idosas. Deve calçadas sem buracos. Deve eliminação de filas nas agências bancárias no período de recebimento de seus benefícios previdenciários. Deve profissionais qualificados em geriatria e gerontologia. Deve cuidadores de pessoas idosas. Deve serviços públicos de atenção à saúde das pessoas idosas que apresentam comprometimento em sua autonomia e independência na gestão de sua vida diária.
Deve apoio às Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas. Deve apoio também aos familiares que cuidam de suas pessoas idosas, principalmente às mulheres cuidadoras: filhas, netas e irmãs. Ou seja o artigo 230 da Constituição Federal de 1988 que estabelece que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando-lhes o direito à vida, participação na comunidade e defesa da dignidade e bem-estar perdeu-se em Alzheimer. Historicamente, a atenção pública à pessoa idosa em nosso país e em nossas cidades, como em Juiz de Fora (precisa mudar), é muito fraca, vai até a página dois. Não passa de efeméride. Até quando? O mundo mudou. Envelheceu. Envelhecemos. Não podemos perder nossa memória. Quem vai contar a nossa história?
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