Rivalidade Gre-Nal vira demonstração de amor entre pai e filho de Lajeado

Em Lajeado, a rivalidade Gre-Nal ganhou um novo significado para o professor de Muay Thai Jeferson dos Santos e o filho Nicolas, de 11 anos. Mesmo sendo gremista, Jeferson não pensou duas vezes ao realizar o sonho do filho: assistir a um jogo no Estádio Beira-Rio. A rivalidade Gre-Nal, conhecida por dividir famílias e provocar debates acalorados, neste caso ganhou um novo significado: o de união, respeito e amor incondicional.

Jeferson é gremista desde criança, mas não hesitou em realizar o maior sonho do filho: assistir a um jogo no Estádio Beira-Rio, casa do Internacional. O detalhe? Nicolas também já foi gremista. A escolha pelo clube rival foi uma mudança de rumo que surpreendeu o pai — e por conta do entusiasmo do menino o encheu de orgulho.

De gremista a colorado: uma transformação inesperada

“Ele era gremista, mas não acompanhava os jogos, não conhecia os jogadores, não se envolvia”, relembra Jeferson. “Até que um dia começou a demonstrar interesse pelo Inter, começou a ver melhores momentos, assistir estatísticas, conhecer o elenco. E aí eu vi que não era só uma fase. Ele realmente virou colorado, de verdade.”

O responsável pela virada foi o avô materno de Nicolas, colorado fervoroso, que influenciou o menino aos poucos. “Meu vô sempre me falava do Inter. Por causa dele comecei a gostar, a assistir os jogos”, conta Nicolas, que hoje é apaixonado pelo clube.

Apesar da mudança, não houve conflito em casa. Pelo contrário: pai e filho encontraram um novo jeito de se conectar. “Antes, quando eu via jogo do Grêmio, ele preferia fazer outra coisa. Agora, a gente assiste junto, só que jogos do Inter”, brinca Jeferson.

A grande surpresa

O momento mais marcante dessa história veio recentemente, quando Jeferson decidiu realizar um desejo antigo do filho: ir ao Beira-Rio. E fez isso em grande estilo — com surpresa e tudo.

“Eu falei pra ele que a gente ia almoçar fora. Combinei com a torcida organizada do Inter aqui de Pouso Novo, e o restaurante era justamente o ponto de saída deles para o jogo. Quando ele viu os torcedores, a camiseta, começou a entender o que tava acontecendo… e aí eu contei: ‘Nós vamos pro Beira-Rio’”, relembra o pai.

“Eu nem acreditei”, diz Nicolas, ainda com brilho nos olhos. “Achei que era brincadeira. Mas quando vi que era sério, fiquei muito emocionado. Foi a melhor coisa. A torcida gritando, a energia… nunca vou esquecer.”

O futebol virou detalhe

Para Jeferson, aquele dia foi muito mais do que acompanhar uma partida de futebol. Foi um marco na relação com o filho. “Durante o jogo, o que menos me importava era o placar. Meus olhos estavam nele. O brilho no olhar, a emoção… é isso que importa. O futebol virou só um detalhe.”

Ele também afirma que essa experiência reforçou ainda mais o vínculo entre os dois. “Independente de ser Grêmio ou Inter, nada muda o que ele é pra mim. O que vale é estar presente, apoiar, viver momentos que vão ficar na memória. E eu pretendo fazer isso mais vezes, seja na Arena ou no Beira-Rio.”

Muito além de escudos e camisetas

A história de Jeferson e Nicolas mostra que, mesmo em tempos de polarização esportiva, carinho, empatia e respeito ainda são os maiores troféus. Em uma sociedade onde as diferenças muitas vezes afastam, pai e filho provam que elas também podem aproximar — quando há amor no meio.

“Ser colorado ou gremista é só uma escolha. Ser pai é pra sempre”, resume Jeferson.

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