Um projeto artístico histórico será executado em 1.º de maio pelo “Paranaguá Mais Cores” com um mutirão de pintura da passarela da Ilha dos Valadares, concretizando uma intervenção artística que será denominada de “Projeto Andada”, trazendo à ponte elementos caiçaras e cores, saindo do cinza e trazendo moradores e artistas voluntários para um pertencimento ainda maior deste cartão-postal parnanguara. O mutirão ocorrerá no feriado na quinta-feira, 1.º, das 9h às 19h. Este será o terceiro mutirão feito em 2025, com os dois outros realizados na Escadaria da Copel e no Caranguejo da Rodoviária. A ação já encerrou suas inscrições com centenas de voluntários cadastrados.
A idealização e realização do “Projeto Andada” é do Paranaguá Mais Cores, assim como da Crabe, Mucha Tinta e Bernardo Bravo Idealização, sendo realizado com apoio do Governo do Estado por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE), da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC), com incentivo da ODU da ONU, patrocínio da Copel e apoio da Prefeitura de Paranaguá.
Segundo a assessoria do Paranaguá Mais Cores, o projeto com temática caiçara contará com uma arte de 1500 m² para a ponte que liga Paranaguá à Ilha dos Valadares. Com apelo comunitário, a obra envolve a população com foco na preservação da cultura tradicional. “A ideia promete dar nova vida à cidade. Um trabalho inédito no Brasil, pelo tamanho e ousadia, já que são mais de 1500 metros quadrados de produção artística”, acrescenta, ressaltando que cerca de 40 mil pessoas moram na Ilha dos Valadares, onde milhares se deslocam diariamente pela ponte e passarela em direção ao centro de Paranaguá.
Relação com o caranguejo e meio ambiente
Segundo a organização do “Andada”, o nome do projeto possui relação direta exatamente com a andada do caranguejo. “E como a gente acredita que arte e sustentabilidade devem andar lado a lado, fizemos uma parceria especial com os Guardiões dos Manguezais”, destaca, iniciativa que conta com o Instagram @guardioesmanguezais.
A assessoria ressalta que a iniciativa vai além da arte, abrangendo também sustentabilidade e preservação ambientam no Dia do Trabalhador. “Funciona assim: no dia 1.º, enquanto pintamos a ponte mais colorida do mundo, um mutirão de limpeza dos mangues também acontece no entorno do projeto. E o melhor: você pode participar da ação”, explica. As inscrições podem ser feitas pelo site.
Profice e diálogo com o Poder Público Estadual e municipal
“A obra Andada é fruto de uma lei de incentivo à cultura, mais especificamente no PROFICE do Paraná, então esse edital é financiado pela Secretaria de Cultura do Paraná. É muito importante editais e programas como esse, porque possibilitar fazer produções que sejam importantes e relevantes para os territórios onde estão sendo executadas, como, por exemplo, a obra Andada, que conta com um impacto envolvendo toda a comunidade da Ilha dos Valadares e de Paranaguá, mexendo com essas dinâmicas da vida em sociedade”, afirma Giovanni Negromonte, o “Gio Negromonte”, advogado, artista e um dos idealizadores do Paranaguá Mais Cores e do projeto “Andada”.
Segundo Negromonte, os recursos utilizados para o projeto são frutos do patrocínio da Copel. “Agradecemos esse apoio e também aos outros parceiros, à Portos do Paraná que realizou a lavagem da ponte para a gente e também a todo o apoio institucional que a Prefeitura de Paranaguá têm dado, não têm entrado com nenhum recurso, mas está ajudando com toda a logística de zeladoria, de reparo de alvenaria e também na organização do trânsito, um parceiro muito necessário para executar uma obra deste tamanho e proporção na cidade”, explica.
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Inscrições encerradas
Segundo a assessoria, as inscrições para voluntários na pintura do Andada foram encerradas na segunda-feira, 28. “Gostaríamos de agradecer por cada inscrição. Foram centenas de pessoas que se candidataram ao voluntariado da ponte mais colorida do mundo. Nossa seleção foi feita por ordem de inscrição. Por isso, fique atento: um e-mail foi enviado para os selecionados. Nos vemos no dia 1.º de maio. Não esqueça de usar roupas confortáveis e que possam sujar e de trazer seu boné e sua garrafinha de água”, ressalta a equipe Andada.
Nos última semana, ações já foram iniciadas pelos idealizadores do projeto na passarela com o foco de viabilizar o mutirão. “As madrugadas nunca mais foram as mesmas, desde que a gente decidiu pintar a ponte mais colorida do mundo. Para não atrapalhar o fluxo da população durante o dia, nossas noites tem sido de muita tinta e trabalho na ponte que liga o centro de Paranaguá à Ilha dos Valadares”, afirma a organização, agradecendo aos artistas e produtores presentes: @gionegromonte @giusy.deluca @malurosnieschi @camillaverano @alanpossas @angeloreis_ @fran_galdin0 @roma.ilustra @thales__bispo @shelpsfyah @arteemeer @enzo_fanini”, acrescenta o Paranaguá Mais Cores.
Cultura caiçara
“É muito importante produzir essa obra fazendo essa ligação com a ilha dos Valadares. E também existe um outro elemento que é muito importante: ressaltar que a ilha dos Valadares sempre foi um lugar olhado pejorativamente sabe, então é muito interessante pensar como essa obra também pode jogar luz nesse processo de autoestima da população. No lugar de você caminhar numa passarela cinza, você vai passar vai começar a caminhar numa grande obra de arte, então a cidade vai receber uma obra de arte para além de um ponto turístico ela vai se tornar uma obra que se comunica com a população”, ressalta Gio, reforçando que a obra conta com ligação direta com a cultura caiçara como o caranguejo, o mangue, o Fandango, entre outros símbolos.
Segundo um dos idealizadores do Paranaguá Mais Cores, João Ricardo Guimarães, é importante também a intervenção ser feita no formato de mutirão. “Com isso as pessoas vão poder participar nesta obra na ponte, interagindo diariamente com este espaço. É inovador, porque não é muito comum a gente estar passando diariamente sobre a ponte e com arte. Então, eu acho que vai ficar esteticamente bem agradável, ao invés de você caminhar só num chão, assim, sem cor, sem vida, você irá passar por elementos que dizem respeito à sua vida, à sua ancestralidade, ao seu território, ao seu meio ambiente. Então, eu acho que vai ressignificar esteticamente, principalmente, trazendo qualidade de vida, bem-estar, para as pessoas que caminham por ali, e acho que vai ser bem agradável”, completa.
Outro ponto é a escolha de fazer o mutirão no Dia do Trabalhador. “É algo bem representativo, porque é a ponta que liga a ilha ao continente, à cidade e fundamentalmente por pessoas trabalhadoras que se deslocam até o Porto, até o comércio de Paranaguá para trabalhar. Isso que foi bem legal de estar fazendo um feriado e também dar oportunidade de mais pessoas participarem por ser feriado”, finaliza João Guimarães.
Com informações do Paranaguá Mais Cores
