Dois ex-vereadores e um empresário de Divinópolis são condenados por corrupção passiva


Eduardo Print e Kaboja foram condenados a mais de 10 anos de prisão e ainda o pagamento de multas de mais de R$ 100 mil. O empresário Celso Junior foi condenado a prestação de serviços públicos e ao pagamento de multa de R$22 mil. Veja o posicionamento de cada um deles. Eduardo Print Júnior (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD) Câmara Divinópolis
Câmara de Divinópolis/Divulgação/Montagem g1
Os ex-vereadores Rodrigo Kaboja e Eduardo Print Júnior, além do empresário Celso Renato Alves de Vasconcelos Lima Júnior, foram condenados por corrupção passiva pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). As penas incluem prisão e pagamento de multas. A decisão é do juiz Mauro Riuji Yamane, da 2ª Vara Criminal de Divinópolis, e foi publicada na terça-feira (29). Cabe recurso.
O trio foi denunciado em 2023 pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo a aprovação de projetos de lei de alteração de zoneamento urbano em Divinópolis mediante pagamento de propina. Veja abaixo as condenações de cada um e os respectivos posicionamentos.
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MP oferece denúncia contra dois vereadores e um empresário em Divinópolis
Rodrigo Kaboja
Segundo a sentença, Rodrigo Kaboja usou o cargo de vereador para solicitar e receber propinas.
Foi condenado a 27 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de R$ 212 mil em multa.
Perdeu os direitos políticos e está proibido de acessar as dependências da Câmara Municipal.
A defesa de Kaboja informou à TV Integração que aguardará ser intimada para se manifestar.
Eduardo Print Júnior
Conforme o TJMG, Eduardo recebeu vantagens indevidas em diferentes ocasiões entre 2021 e 2023. Usou a posição de presidente da Câmara para manipular votações e promulgar leis em benefício de empresários.
Condenado a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, além de multa de R$ 120 mil.
Também perdeu os direitos políticos e está proibido de entrar na Câmara Municipal.
Em nota, Eduardo disse que contribuiu de forma ativa com a investigação e ressaltou que seu nome não esteve envolvido em qualquer delação feita por empresários.
“Recebi com muita surpresa e indignação a decisão proferida pelo juiz Mauro Riuji Yamane na noite desta terça-feira (29/04), sobre as denúncias infundadas feita a mim pelo prefeito Gleidson Azevedo em 2023. Uma condenação sem provas e sem precedentes na nossa cidade.
É importante ressaltar que durante todo o processo e, principalmente, as oitivas feitas na Câmara Municipal (as quais estão abertas para consulta pública por vídeos e atas), foi unânime entre os entrevistados, empresários da cidade que eu, em momento algum, tive qualquer tipo de envolvimento dentro da denúncia realizada pelo prefeito. Em todo momento, contribuí ativamente com a investigação da forma com que me foi exigido, uma vez que, repito, meu nome não esteve envolvido em qualquer delação feita por empresários.
As perguntas que deixo são: qual o motivo da condenação já que não há provas? Por que não divulgam as provas como transparência do processo? Bastou a fé pública do prefeito para que essa condenação fosse confirmada?
Sabemos que estamos enfrentando em Divinópolis, já há alguns anos, uma perseguição política e pessoal, a ponto de optarem pelo afastamento de vereadores sem qualquer tipo de comprovação das denúncias. Hoje, para agravar a situação, condenam um trabalhador, esposo, filho e pai de família por um crime que não foi cometido e que não quaisquer indícios de envolvimento.
A decisão é aberta às consultas dos profissionais jurídicos. Peço que cada advogado leia a condenação e o processo e veja se a decisão do juiz Mauro Riuji condiz com a realidade dos fatos. Continuo à disposição para esclarecimentos e estarei em busca de meus direitos enquanto cidadão’
Celso Renato
O empresário Celso Renato foi condenado por pagar propina a Rodrigo Kaboja em troca da aprovação de um projeto de lei que alterava o zoneamento de um imóvel de seu interesse comercial.
Embora o pedido tenha partido do vereador, a Justiça entendeu que a adesão do empresário foi voluntária e consciente.
Celso foi condenado a 4 anos de prisão, pena que foi convertida em prestação de serviços à comunidade.
Em nota, Celso Renato reafirmou sua inocência e informou que continuará recorrendo às instâncias superiores. Leia abaixo:
“O empresário Celso Renato, pessoa de reputação ilibada e reconhecido tanto no cenário local quanto nacional, recebeu, com pesar, a sentença proferida pelo juízo da 2ª Vara Criminal de Divinópolis/MG. A decisão não reflete a realidade dos fatos e deixou de considerar, como deveria, as alegações apresentadas pela defesa, além de desconsiderar nulidades processuais relevantes.
O Sr. Celso Renato reafirma sua inocência e informa que continuará recorrendo às instâncias superiores, certo de que a Justiça prevalecerá. Neste momento, por orientação de seus advogados, não comentará o mérito da decisão. Suas manifestações ocorrerão, com a profundidade e seriedade necessárias, nos autos do processo, que é o local correto para à discussão.
O Sr. Celso merece respeito na condução das informações e no tratamento público do caso, de modo a preservar sua família de danos morais e emocionais desnecessários, que, em caso ocorram, poderão levar à responsabilização dos autores”.
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