Oposição no Congresso articula CPI para apurar fraude do INSS

A oposição ao governo Lula no Congresso disse ter conseguido a quantidade de assinaturas necessárias para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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O requerimento, apresentado pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), alcançou as 171 assinaturas. Em seu perfil no X (ex-Twitter), o congressista escreveu ser preciso “colocar na cadeia esses criminosos e devolver o dinheiro do aposentado e do pensionista”.O foco da comissão será apurar a atuação de sindicatos envolvidos em um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, identificado pela Operação Sem Desconto deflagrada pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).Temor do governoSegundo Valdo Cruz, colunista da Globonews, assessores de Lula avaliam que o clima no Congresso não é favorável ao Palácio do Planalto, o que pode contribuir para a criação da CPI do INSS.A comissão depende de uma decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), mas ele já tem se desgastado com a oposição por ter decidido não pautar o projeto da anistia dos golpistas de 8 de janeiro de 2023. No caso da CPI, talvez ele não possa seguir na linha do enfrentamento com o PL.Lupi se defendeEm audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 29, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, resumiu ações da Pasta para enfrentar o histórico de fraudes no INSS e o recente desvio de R$ 6,3 bilhões por meio de descontos não autorizados dos beneficiários, entre 2019 e 2024.Em cinco horas de audiência na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, Lupi confirmou a suspensão provisória de todos os descontos associativos e a expectativa de ressarcimento às vítimas.“Nós descredenciamos a partir de hoje todas as entidades (associações). Como a folha [de pagamentos] já estava rodada, está bloqueada a transferência desse recurso de quem tem desconto para a associação e, no mês que vem, será devolvido”, garantiu. “A partir do mês que vem, ninguém mais vai ter desconto nenhum, mesmo quem tem autorizado, porque tem um processo em curso.”O ministro disse ainda que os bens de todas as associações indiciadas já estão bloqueados para pagar parte das restituições.

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