“Até a última gota de sangue”: PCC e CV declaram fim à trégua

Acabou nesta segunda-feira, 28, a trégua que existia entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), as duas maiores facções existentes do Brasil.O acordo de paz existente entre as duas organizações criminosas existia há dois meses, a fim de pressionar o governo a flexibilizar as regras do Sistema Penitenciário Federal (SPF), onde seus principais líderes estão encarcerados sob rígidas restrições.De acordo com informações confirmadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), diversas mensagens de texto, que circulam em aplicativos, mostram que as facções encerraram o acordo por meio de “salves” – expressão usada para descrever um tipo de “comunicado oficial” expedido pelas facções.

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Segundo informações da coluna Mirelle Pinheiro, o promotor de Justiça, Lincoln Gakiya, confirmou o fim da da parceria histórica e destacou que os interesses territoriais de ambas as partes e a disputa por tráfico são alguns dos principais causadores do rompimento.Segundo ele, nenhum dos lados quer abrir mão dos espaços que ocupam.O promotor também pontuou que as facções têm perfis organizacionais que divergem, o que também dificulta a implementação da trégua. O promotor ressaltou, ainda, que era até esperado que a trégua durasse pouco tempo. “A informação que tive conhecimento, já há algum tempo, é de que o Marcinho VP não teria dado aval para essa trégua, o que seria indispensável”, completou.ComunicadoEm uma das notas, intitulada como “comunicado geral” e com data de segunda-feira, 28, o PCC bateu o martelo e escreveu que “chegou ao fim nossa aliança e qualquer compromisso com o Comando Vermelho”.Em uma “circular informativa” encaminhada por meio das redes sociais, com assunto “Ruptura de Aliança com o PCC e Reforço de Diretrizes Internas”, o Comando Vermelho informou que, a partir daquele dia, segunda-feira, 28, não manteria mais qualquer aliança ou compromisso com o PCC.Em seguida, o grupo reforça regras do regimento interno da facção e declara que qualquer membro do CV que cometer atos que manchem o nome da facção, conforme previsto no estatuto da organização, será punido “exemplarmente, independente de haver ou não aliança”.“Não iremos ter mais trégua nem cessar-fogo com o PCC. A guerra está em aberto. Resumindo, o PCC é nosso inimigo até o fim. Irmãos, sem qualquer tipo de ideia ou diálogo, não vamos aceitar nenhum integrante do PCC no nosso solo sagrado e iremos eliminar todos que descobrirmos dentro do estado. A guerra é sem fim até a última gota de sangue. Não queremos ideia nenhuma com esta organização.”

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