Um apagão sem precedentes desestabilizou a Península Ibérica e levanta suspeitas de ciberataque. Os países Espanha e Portugal sofreram com horas sem energia elétrica e as autoridades ainda buscam descobrir as causas desse blecaute.Porém, na madrugada desta terça-feira (29), a eletricidade começou a ser restabelecida gradualmente na Espanha e em Portugal, encerrando um dos maiores apagões já registrados na Europa. O evento, que teve início por volta do meio-dia de segunda-feira (28), pegou milhões de pessoas de surpresa e gerou um verdadeiro cenário de caos, afetando também outros países europeus e até o norte da África.CONTEÚDOS RELACIONADOSApagão na Europa suspende Madrid Open e Campeonato PortuguêsCiberataque? Entenda o que causou apagão na EuropaApagão atinge a Espanha e partes de Portugal e FrançaA falha, descrita como altamente incomum por especialistas, paralisou serviços essenciais, interrompeu o tráfego urbano e deixou cidades inteiras às escuras por quase 20 horas. Embora a origem do problema ainda esteja sendo investigada, cresce a especulação de que um ciberataque possa ter sido o estopim da crise.Quer mais notícias do Mundo? acesse o nosso canal no WhatsAppO blecaute que abalou a EuropaA interrupção começou por volta das 12h (7h em Brasília) e, rapidamente, se espalhou por vastas áreas da Espanha e de Portugal. Os efeitos também chegaram à França, Alemanha, e até ao Marrocos, demonstrando a interdependência energética entre as nações da região. Aeroportos, redes ferroviárias, sistemas de telecomunicação e até mesmo hospitais sentiram os impactos severos da queda no fornecimento.Na Espanha, o operador da rede elétrica, Red Eléctrica de España (REE), informou que às 6h (horário local) desta terça, cerca de 99,16% do abastecimento já havia sido normalizado. Em Portugal, 6,2 milhões dos 6,5 milhões de domicílios já contavam com eletricidade durante a madrugada.Impactos no cotidianoDurante aproximadamente doze horas, a rotina nas cidades foi completamente desorganizada. Semáforos pararam de funcionar, o que causou engarrafamentos massivos. Postos de combustível enfrentaram longas filas, supermercados foram esvaziados em busca de alimentos não perecíveis e água, e instituições de saúde precisaram cancelar cirurgias programadas.A conectividade também foi severamente atingida. O serviço Cloudflare Radar relatou uma queda de até 90% no tráfego de internet em Portugal e 80% na Espanha. Aplicativos de mensagens, sistemas bancários, caixas eletrônicos e pagamentos digitais ficaram indisponíveis, intensificando a sensação de emergência.Uma ação coordenada?A causa do apagão ainda não foi confirmada, mas a hipótese de um ciberataque é levada a sério. Especialistas alertam que a estrutura de redes elétricas modernas, embora complexa, é suscetível a falhas quando sob ataque coordenado.Resposta oficial e medidas emergenciaisO primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, se manifestou na noite de segunda-feira, evitando dar uma explicação definitiva sobre o que teria ocorrido. “Nenhuma possibilidade está descartada”, afirmou. Ele também destacou que o país perdeu, de forma repentina, 15 gigawatts de energia em apenas cinco segundos — algo nunca antes registrado.Sánchez revelou ainda que, para restaurar parte do fornecimento, foi necessário recorrer às interconexões com França e Marrocos, bem como reativar usinas termelétricas e hidrelétricas. As usinas nucleares do país, por sua vez, foram desligadas por segurança.Um comitê de crise foi montado e, embora a maior parte da rede elétrica já esteja em funcionamento, autoridades alertam que o processo completo de estabilização pode se estender por mais alguns dias.Lições do passadoEssa não foi a primeira vez que a Europa viu sua infraestrutura energética ruir. Em novembro de 2006, uma falha na Alemanha deixou 10 milhões de pessoas sem luz por quase uma hora. Já em 2003, a Itália enfrentou um blecaute total que excluiu apenas a ilha da Sardenha.Agora, diante do episódio mais recente e impactante, cresce o debate sobre a segurança cibernética das redes elétricas e a necessidade urgente de modernização e proteção contra ataques digitais em larga escala.
Mais de 99% da energia já foi restaurada na Espanha e Portugal
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