
Episódio ocorreu em outubro de 2024, mas só agora veio à tona. Criança de sete anos está afastada da escola, assim como os profissionais envolvidos. Polícia investiga caso de servidor de escola que empurrou e intimidou criança com autismo
Um caso de agressão contra uma criança autista de sete anos na escola municipal Elza Pirro Viana, em Jales (SP), gerou indignação nas redes sociais, após a divulgação de imagens de câmeras de segurança que mostram um funcionário da unidade empurrando e agredindo a criança. A cuidadora, responsável pelo aluno, não interveio durante as agressões.
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O episódio ocorreu em outubro de 2024, mas só agora veio à tona. A mãe da vítima registrou um boletim de ocorrência e procurou o Ministério Público depois de ter acesso às imagens, em novembro do ano passado.
Inicialmente, ela optou por não divulgar o vídeo publicamente, mas, orientada por advogados e diante da falta de resoluções rápidas, decidiu expor o caso nas redes sociais na última semana.
“Para alguns pode ser pouco, mas quando é com teu filho é difícil. Quando você manda a tua criança pra escola, você manda no intuito dela ser alfabetizada e cuidada”, desabafa a mãe, Livia Branco.
Ainda segundo o relato da mãe, a agressão ocorreu no pátio da escola. No vídeo, o funcionário aparece empurrando a criança de maneira brusca após ela derrubar um banco. Em outro momento, ele chega a encostar a cabeça com força contra a cabeça do menino. Assista o vídeo abaixo.
Criança autista é agredida por funcionário em escola municipal de Jales
O servidor é concursado da Prefeitura e foi afastado de suas funções. A cuidadora, contratada por uma empresa terceirizada, foi demitida logo após o caso.
A criança está afastada da escola por recomendação médica desde então, com laudos psiquiátricos indicando inicialmente 60 dias de afastamento, prorrogados por mais 60. Agora, a mãe busca matriculá-lo em outra unidade, pois o menino expressou o desejo de não retornar à escola onde foi agredido.
O que diz a Prefeitura
Por meio de nota, a Prefeitura de Jales informou que, assim que tomou conhecimento do caso, afastou o servidor e abriu um processo administrativo, que está em fase final. A administração também afirmou que o funcionário não tem mais contato com crianças em nenhuma unidade do município.
A Polícia Civil investiga o caso como maus-tratos. Especialistas alertam que agressões como essa podem trazer consequências sérias para o desenvolvimento emocional e escolar de crianças atípicas.
“Um tratamento inadequado com uma criança ou com um adolescente autista no ambiente escolar gera diversos problemas, incluindo os transtornos de ansiedade e depressão”, explica a psicopedagoga Cíntia Lazari.
Durante as investigações, outro episódio envolvendo uma criança autista na mesma escola veio à tona: em março, um aluno saiu sozinho da unidade escolar sem que os funcionários percebessem. Ele foi encontrado por um pai que chegava para buscar o próprio filho e encaminhado de volta para a escola.
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