Papa sepultado e agora é história. Francisco só não ganha nota 10 por um ato falho que foi não encarar seu povo do vaticano para defender mais e melhor as mulheres e principalmente o direito ao aborto. Ao escamotear o assunto, que claro, daria uma cisão entre os cardeais, ele não lembrou que não é por que a Igreja não apoia o aborto que ele não será feito. Será feito sim, e da pior forma possível, que é de clandestino e om aborteiras e aborteiros sem o apoio da ciência e da medicina. No mais o papa foi impecável em sua luta pelos pobres e pela paz. As minorias, os gays, principalmente,sentirão sua falta. Já os pedófilos se regozijam.Mas a Igreja Católica com a morte de Francisco está às vias de uma cisão. Pode sr que o legado dele siga em frente pois dois cardeais retrógrados, da Espanha e da Bósnia comunicaram que não poderão comparecer à votação por razões de saúde. Com isso, total de votantes cai para 133. Ponto para os progressistas e para os de centro.O pontificado do papa Francisco foitsido um dos mais transformadores e controversos da história recente da Igreja Católica. Seu compromisso com os pobres, o meio ambiente e o diálogo com as minorias renderam-lhe admiração global, mas também acirrou divisões internas que podem, após sua morte, levar a uma ruptura sem precedentes no catolicismo.Desde que assumiu o papado em 2013, Jorge Mario Bergoglio chocou o mundo com seu estilo humilde e suas posições progressistas. Suas encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti desafiaram o capitalismo desenfreado e defenderam a ecologia e a fraternidade universal. Suas críticas à “globalização da indiferença” e seu apoio aos migrantes e refugiados ecoaram além dos círculos religiosos, tornando-o uma voz moral em um mundo cada vez mais dividido.No entanto, dentro da Igreja, suas reformas encontraram resistência feroz. Setores tradicionalistas, incluindo cardeais, bispos e grupos leigos, acusam-no de “minar a doutrina católica” por sua abertura a questões como a comunhão para divorciados recasados e sua abordagem pastoral em relação a homossexuais. O próprio Francisco admitiu existir uma “igreja de portas fechadas” que se opõe a qualquer mudança.A polarização atingiu seu ápice nos últimos anos, com ataques públicos de altos membros da hierarquia. Em 2018, o ex-núncio Carlo Maria Viganò lançou um duro ataque, acusando Francisco de encobrir escândalos de abuso – uma tentativa clara de deslegitimar seu papado. Enquanto isso, grupos ultraconservadores, como os seguidores do arcebispo rebelde Marcel Lefebvre, já tratavam Francisco como um “papa ilegítimo”.A tensão é tão grande que, após sua morte, o risco de um cisma real existe. Se o próximo papa for um conservador alinhado aos críticos de Francisco, os setores progressistas podem se sentir traídos, aprofundando a divisão. Por outro lado, se outro reformista for eleito, os tradicionalistas podem romper definitivamente, criando uma igreja paralela – como já aconteceu com os lefebvristas após o Concílio Vaticano II.A última grande divisão na Igreja Católica ocorreu em 1054, com o Cisma do Oriente, que separou Roma da Ortodoxia. Hoje, o risco não é geográfico, mas ideológico: de um lado, uma ala que busca modernizar a Igreja; do outro, tradicionalistas que veem essas mudanças como uma traição à fé. Francisco, consciente dessas tensões, tem buscado equilíbrio, mas sua morte pode ser o estopim de uma crise ainda maior. Se a próxima eleição papal for disputada entre facções irreconciliáveis, a Igreja pode enfrentar não apenas conflitos internos, mas uma fragmentação histórica.O papa Francisco deixa como legado uma Igreja mais voltada para os marginalizados, mas também mais dividida. Seu sucessor herdará uma instituição em guerra consigo mesma, onde o risco de ruptura é real. Enquanto o mundo observa, uma pergunta paira no ar: a Igreja Católica conseguirá manter sua unidade, ou o século XXI testemunhará seu maior cisma desde a Reforma Protestante? A resposta dependerá não apenas dos cardeais no próximo conclave, mas de quantos estão dispostos a colocar o Evangelho acima da política eclesiástica. Mudando de assunto a pergunta que não quer calar: qual o motivo do papa Francisco não ter voltado à Argentina?Obs: pesquisa de dados históricos feita por IA.*Jornalista e escritor. Autor de “Histórias da Bahia – Jeito Baiano e Cemitério de Cães Noturnos”, dentre outros
Lá vem mais uma Cisão na Igreja Católica
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