“Justiça foi feita pela metade”: veja o desabafo da mãe de Roberta Dias após julgamento

Em vídeo divulgado nas redes sociais, neste sábado, 26, Mônica Costa Reis, mãe da jovem Roberta Dias, morta em abril de 2012 quando estava grávida do ex-namorado, fez um comovente desabafo sobre a sentença dos réus que foram julgados nos últimos três dias, na 4ª Vara de Penedo, região do Baixo São Francisco de Alagoas. Mônica demonstrou alívio pelo fim do processo 13 anos após a morte da filha, mas criticou as penas decididas pelo tribunal.

“Saí daquele fórum ontem com a sensação de missão cumprida. Cada um fez a sua parte. Eu esperava mais, não vou mentir. A Justiça foi feita pela metade. Mas eu agradeço a cada voto daqueles jurados, que Deus os abençoe, eles votaram com a sua consciência. Agradeço às pessoas que lá estavam, tanto da minha parte, quanto da parte dos réus. Ninguém saiu de lá vencedor. Que nem o meritíssimo Lucas Dória falou: todos nós perdemos”, disse Mônica no vídeo. Assista abaixo:

 

Mary Jane Araújo dos Santos, a sogra da vítima à época, foi condenada a dois anos de prisão, por ocultação de cadáver e corrupção de menores. No entanto, a pena já cumprida anteriormente em dois meses de reclusão vai ser descontada, totalizando um ano e 10 meses.

Já para Karlo Bruno Pereira Tavares , o Conselho de Sentença decidiu pela condenação de 15 anos de detenção, por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe; meio cruel (morte por asfixia); sem chance de defesa à vítima; e aborto provocado por terceiro, que ocorre quando há perda do feto provocada por outra pessoa, que não a genitora.

“Quero falar para família dos réus. Não fiquem com raiva, sei que eles não tem culpa. O Karlo Bruno vai para o presídio, vai passar pouco tempo e daqui uns dias volta. A Mary Jane vai responder em liberdade. E a Roberta foi para nunca mais voltar”, desabafou a mãe da vítima.

Bruno, ou “Bruninho”, como é conhecido, não se enquadrou nos crimes de ocultação e corrupção, uma vez que estão prescritos para ele em razão de, à época do crime, ser menor de 21 anos.

“Fiz minha parte, a sociedade fez a dela, agradeço. Quero agradecer a todos que me acompanharam e me deram força. Quero agradecer aos que me desmotivaram também. Quero agradecer muito à imprensa, que sempre esteve ao meu lado, me dando apoio. A imprensa local da minha cidade principalmente. E todos que me acompanharam direta ou indiretamente, gratidão. Agora só me restam as lembranças, ainda bem que esse martírio acabou. Graças a Deus”, afirmou a mãe de Roberta Dias.


O julgamento – No primeiro dia do julgamento, na quarta (23), Saullo de Thasso Araújo dos Santos, ex-namorado de Roberta, foi ouvido e disse ter premeditado sozinho o assassinato, assim inocentando a mãe de ter planejado a morte da jovem. Hoje com 30 anos, ele não respondeu ao processo porque, na época do crime – abril de 2012 – ainda era menor de idade.

No dia seguinte (24), Karlo Bruno afirmou em depoimento que tirou a vida de Roberta Dias por ‘amizade’ a Saullo. Tanto ele quanto o amigo negaram que Mary Jane tenha participado do crime. Já de acordo com o relato da sogra de Roberta, Saullo teria confessado o crime para ela e para o pai apenas em novembro do ano passado.


O caso – Roberta Costa Dias desapareceu em abril de 2012, quando tinha 18 anos. O motivo do crime seria o bebê que ela estava esperando do filho de Mary Jane, Saullo, com quem Roberta teve um relacionamento. Ele tinha 17 anos e a gravidez era indesejada pela família dele. A jovem teria sido atraído para uma rua nas proximidades do posto de saúde, onde tinha ido se consultar durante o pré-natal.

A ossada de Roberta Dias só foi encontrada nove anos depois do assassinato, na Praia do Pontal do Peba, na cidade de Piaçabuçu. Foi a mãe dela que, após saber que um crânio foi localizado naquela região, providenciou uma escavadeira para recolher os restos mortais da filha. Pouco depois, a polícia foi chamada e acionou a Perícia Oficial, que comprovou, após realização de exame, que se tratava, de fato, de Roberta Dias.

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