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Leone Iglesias/AT
Quando estava na mesa de cirurgia tendo seu coração operado, Tulio Marcelo conta que sentiu a presença de Nossa Senhora da Penha. Ele, que descreve a fé como “ilimitada”, é um dos romeiros que vão participar hoje da Romaria dos Homens.Junto com o aposentado de 65 anos, estima-se que 1 milhão de pessoas farão o trajeto. Ele inicia às 18h, com missa na Catedral Metropolitana de Vitória. Em seguida, às 19h, está programada a caminhada de cerca de 14 km até o Parque da Prainha, em Vila Velha. A pé, os fiéis farão o percurso carregando velas, rezando e cantando. “Faz mais de 50 anos que acompanho a Festa da Penha. Faço o Oitavário completo e participo da Romaria dos Homens. A fé é muito importante, inexplicável e sem limites. Quinze anos atrás, fui agraciado com a bênção de Nossa Senhora. Ela me ajudou na cirurgia e na recuperação”, diz Tulio. Assim como ele, José Dal Col Sobrinho, 73, também vai participar hoje e tem uma história de fé para contar. A diferença entre os dois é que Dal Col é um dos coordenadores da Romaria dos Homens. “Ajudo a organizar há 40 anos. Dirijo o ‘Penhamóvel’, carrego a imagem de Nossa Senhora, entre outros. Eu estava quase morto e Maria me salvou”, conta o aposentado, explicando que teve três aneurismas na cabeça. “Um pocou e dois os médicos grampearam na minha cabeça. Se não fosse Maria, eu não estava vivo”, completa. Ele não é o único coordenador que a reportagem de A Tribuna encontrou no galpão onde o “Penhamóvel” – veículo que carrega a imagem de Nossa Senhora na procissão – recebia os últimos ajustes para a celebração de hoje. Outro é Darli Jorge Galva, 65. “Organizar é trabalhoso, requer uma equipe grande. Temos, no total, 12 coordenadores. Mas a Romaria dos Homens é uma forma da pessoa sentir a fé mais próxima de si. Toda a Festa da Penha é devoção e fé”, ressalta Antonio Cesar de Andrade, outro coordenador.Já João Pinto, 65, tem uma empresa de navio e foi responsável por fabricar o “Penhamóvel”. “Eu vivo por causa da fé. Já passei por assalto, sequestro e agora amputei a perna. Vai fazer um mês amanhã (hoje) que cortei por causa de uma complicação da diabetes. Maria me ajudou em tudo”, diz, explicando que, por causa disso, só irá até a Catedral este ano. Festa da Penha 2025Missas, romarias e devocional7h: Missa na Capela do Convento. 8h: Romaria das Pessoas com Deficiência, saída do Santuário de Vila Velha até a Igreja do Rosário, na Prainha, onde será celebrada a missa.8h: Missa com a Romaria da Diocese de São Mateus no Campinho do Convento.10h: Romaria dos Adolescentes, com saída do Parque da Prainha.11h: Missa com adolescentes no Campinho do Convento.15h: Devocional no Campinho do Convento.16h: Missa do 7º dia do Oitavário com a Romaria da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim no Campinho do Convento.18h: Romaria dos Homens, missa de envio na Catedral de Vitória.19h: Romaria dos Homens, com saída da Catedral de Vitória.23h: Missa de encerramento da Romaria dos Homens no Parque da Prainha.
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Reconciliação e paz“Sou de Brejetuba, no interior do Estado, e vim morar em Vila Velha com 17 anos. Foi quando participei da minha primeira Romaria dos Homens. Foi emocionante”, conta o advogado Wallas Torriceli, de 40 anos. “É um momento de fé, reconciliação e paz”. Desde então, Wallas explica, participou de quase todas. Para ele, a Romaria dos Homens é uma forma de agradecer por todas as graças que foram recebidas ao longo do ano.
Com a família
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Acervo Pessoal
O autônomo Fabio Xavier Domingos, 43 anos, também vai participar da Romaria dos Homens. Ele conta que estará acompanhado da família, como de sua mãe, Ana das Graças Xavier, de 68 anos. “Todo ano participo. Enquanto eu estiver vivo e Deus me der oportunidade, vou participar da Romaria dos Homens”, explica, complementando que vai com a mãe, irmãos e pai. Ele explica que participa por ser uma festa religiosa e ele ser devoto de Nossa Senhora há muitos anos. “A fé é muito importante para mim”, reforça Fabio.
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Acervo Pessoal
Amigos na romariaAmigos desde a infância em Pedra Azul, Moacir José Uliana, 76, e Antonio Otacilio Peterle, 79, vão participar hoje da Romaria dos homens. “Hoje ele é meu cunhado”, explica Moacir. “Faz 30 anos que a gente participa. Antigamente, quando eu já morava aqui em Vila Velha, o pessoal de Pedra Azul arranjava um carro e vinha todo mundo participar. É uma tradição”, diz. Para ambos, a participação é feita por acreditar em Nossa Senhora.