Caixão do papa Francisco chega à sua última morada

O caixão do papa Francisco chegou neste sábado(26) à sua última morada, a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde o primeiro pontífice latino-americano será sepultado após vários dias de despedidas que atraíram multidões.Seu enterro, o primeiro de um pontífice fora dos muros do Vaticano desde Leão XIII em 1903, concluirá o pontificado de 12 anos marcado pela defesa dos migrantes, do meio ambiente e da justiça social.O veículo branco parcialmente aberto percorreu primeiro as ruas da Cidade Eterna, passando por locais icônicos como o Coliseu, onde milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre.”Sou católico, mas não praticante, e pela primeira vez me senti representado pelo papa Francisco, além de ser argentino, por tudo o que ele fez”, disse à AFP Diego Borigen, profissional de informática de 33 anos de férias em Roma.Mas o dia começou com uma missa em sua homenagem na Praça de São Pedro. Diante de 250.000 pessoas e de dignitários mundiais como Donald Trump, o cardeal decano Giovanni Battista Re destacou seus “inúmeros” esforços em defesa de migrantes e refugiados, do Mediterrâneo ao México.”Foi um papa do povo, de coração aberto a todos” e dedicou “atenção especial” aos “últimos da terra, os marginalizados”, enfatizou durante a homilia.Semanas antes de sua morte, o jesuíta argentino criticou duramente a política dos Estados Unidos de expulsão de migrantes. Isso não impediu Trump de elogiar um homem “fantástico” que “amava o mundo”.Outra das lutas do “Santo Padre”, que o decano dos cardeais recordou, também repercutiu fortemente na praça, enquanto os Estados Unidos tentam chegar a um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, em guerra desde fevereiro de 2022.”O papa Francisco constantemente levantava a voz, implorando pela paz e pedindo bom senso e negociação honesta para encontrar soluções possíveis” para as guerras, enfatizou o cardeal, sob aplausos do público.O funeral do pontífice serviu de cenário para uma discussão entre Trump e o presidente ucraniano Volodimir Zelensky na Basílica de São Pedro, a primeira desde a tensa visita do europeu à Casa Branca em fevereiro.
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