Calor extremo: cidade alagoana registra a maior temperatura do país pelo 4º dia consecutivo

A cidade de Pão de Açúcar, no Sertão alagoano, registrou pelo quarto dia consecutivo a maior temperatura do Brasil. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

De acordo com o órgão, até às 15h desta sexta-feira, 25, os termômetros do município, que fica cerca de 220 quilômetros distante de Maceió, haviam registrado 36,8°C.

 

A sequência de temperaturas mais altas do país teve início na terça-feira, 22, quando Pão de Açúcar registrou 37,1°C. No mesmo dia, o município de Piranhas, que fica às margens do Rio São Francisco, figurou no ranking de máximas do INMET e registrou a quarta maior temperatura do Brasil — 35,4°C.

 

Já na quarta-feira, 23, a máxima em Pão de Açúcar sofreu uma leve queda (0,2°C), se comparada com o dia anterior.  Mesmo assim os termômetros bateram 36,9°C e a temperatura foi a maior de todo o país.

 

Um dia depois a cidade voltou a liderar o ranking nacional de maiores máximas ao registrar 37°C.

Calor fora de época e tempo seco no outono preocupam meteorologistas

Os dias consecutivos de calor intenso e tempo seco em pleno outono têm chamado a atenção de especialistas de Alagoas. Regiões do estado devem registrar máximas de 40°C nos próximos dias — temperatura acima da média para essa época do ano.

De acordo com o meteorologista Vinícius Pinho, coordenador da Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), o fenômeno não é comum para esta época do ano, quando historicamente acontece uma transição do verão para o inverno e é registrado temperaturas mais amenas.

— Estamos sob influência de uma massa de ar quente e seca. Os próximos dias devem ser de altas temperaturas e de baixa umidade em algumas regiões do estado. Não é comum temperaturas acima da normalidade para essa época do ano. Estamos presenciando um veranico, que é são esses dias consecutivos de calor, há alguns dias em Alagoas. Devemos ter um recorde de temperatura para essa época do ano. No sertão, podemos registrar máximas de até 40°C e umidade abaixo de 30% —, disse Pinho.

Ainda segundo o meteorologista, a sequência de dias quentes e tempo seco registrada neste outono está ligada diretamente às mudanças climáticas e pode se tornar recorrente nos próximos anos.

— É preocupante o cenário pois os extremos climáticos estão se tornando cada vez mais frequentes. Por exemplo, podemos registrar chuvas e tempestades severas no inverno, além de onda de calor na mesma estação do ano. Podemos também ter secas prolongadas em outras estações do ano. Isso pode provocar diversas consequências, como inundações em períodos chuvosos e baixa umidade em períodos de secas —, finalizou.

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