Rodovia das Cataratas: empreiteira diz que obras não serão paralisadas

Em resposta ao pedido de esclarecimentos feito ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), a empresa Dalba Engenharia e Empreendimentos Ltda. garantiu que as obras da Rodovia das Cataratas (BR-469) não serão paralisadas.

Conforme nota enviada pelo DER, “a empresa continuará seu funcionamento de forma regular, sendo que suas atividades não serão paralisadas, inclusive e principalmente, destaca-se que a execução de todas as obras não serão impactadas e continuarão de forma regular, bem como os contratos – tanto os vigentes quanto os novos – não serão prejudicados”.

A construtora pediu recuperação judicial alegando crise econômica decorrente do aumento de custos, conforme matéria já publicada pelo H2FOZ.

Empresa responsável pela duplicação da Rodovia das Cataratas entra com pedido de recuperação judicial –

O trecho duplicado tem 8,7 quilômetros e se estende entre o trevo de acesso à Argentina e o portal de entrada do Parque Nacional do Iguaçu.

Iniciada em setembro de 2022, com previsão para ser concluída em 18 meses, a obra se arrasta pelo tempo e seria entregue apenas em 2026.

Setor de turismo pede posicionamento do governo estadual

Diretor do Sindhotéis (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), Camilo Rorato afirma que o Governo do Estado precisa assumir a responsabilidade, com o cumprimento de prazos e aplicação de multas severas.

“Do jeito que estão tocando, a obra vai até 2030. Toda obra do Governo do Estado e federal em Foz tem prazo para começar, mas não para acabar”, frisa.

Para Rorato, é necessário transparência. A população precisa saber a quantidade de trabalhadores que atua na obra e o cronograma.

O atraso no andamento há tempos tem impactado o setor de turismo. Neste mês, com o feriado prolongado entre sexta-feira (18) e segunda-feira (21), o congestionamento tomou conta de alguns pontos da cidade.

Na Sexta-Feira Santa, turistas enfrentaram uma fila de mais de duas horas na Rodovia das Cataratas, para chegar ao Parque Nacional do Iguaçu, em razão do trânsito limitado provocado pelas obras de duplicação. 

Rorato também reclama do viaduto inacabado próximo à entrada da Argentina, que está sem iluminação e coloca em risco pessoas que não conhecem a cidade.

Diretora-presidente da Liguia Foz (Associação de Guias de Turismo de Foz do Iguaçu), Vírginia Hauptman ressalta que o impacto da demora no trabalho é gigantesco. Ela lembra que a Rodovia das Cataratas é um dos principais pontos de circulação dos turistas na cidade.

Quando eles chegam ao aeroporto, realça, já há um impacto negativo, porque é uma obra que está demorando demais.

Ela também chama atenção para os engarrafamentos que se formam em períodos de grande movimento turístico, pelo fato de não ser possível escoar o fluxo de veículos em direção aos principais atrativos, incluindo as Cataratas.

Falta de segurança no trânsito

Para contextualizar o problema, Virginia menciona as filas formadas no final do ano na rodovia para se ir ao Parque Nacional do Iguaçu, que chegaram até o Hotel Carimã. “São quase dez quilômetros de fila para se ter acesso ao Parque Nacional.”

Para ela, a demora nas obras não afeta só quem circula na região, mas também a forma com que os guias recebem os passageiros.

Outro problema em relação à rodovia é a falta de segurança, diz Virginia. Segundo ela, a quantidade de acidentes registrada no trecho nos últimos anos é cada vez maior. Os pontos que mais merecem atenção são as entradas dos bairros, principalmente à noite, pela falta de iluminação.

“O que era para ser algo positivo está se tornando um problema para todos nós”, frisa. De acordo com ela, o pedido de recuperação judicial causa insegurança sobre a finalização da obra. Para a população, acredita, não fica claro o que vai ocorrer. “Gostaríamos de ver respostas.”

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