Mounjaro, concorrente do Ozempic, chega às farmácias em maio; saiba data e preço das versões do remédio


Medicamento apresenta resultados superiores ao da semaglutida no controle das taxas de açúcar no sangue e perda de peso no tratamento do diabetes tipo 2. Mounjaro (tirzepatida), para tratamento de diabetes tipo 2, estará disponível nas farmácias do Brasil a partir da primeira quinzena de maio
divulgação Lilly
O medicamento Mounjaro (tirzepatida) estará disponível nas farmácias do Brasil a partir da primeira quinzena de maio. A caneta, concorrente do Ozempic (semaglutida), foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023.
O remédio não era vendido no país e, inclusive, tinha se tornado alvo de contrabando.
O remédio foi aprovado pela agência para o tratamento do diabetes tipo 2 e aguarda ainda avaliação da Anvisa para a indicação em bula do controle crônico do peso. Nas pesquisas, o efeito do Mounjaro na perda de peso foi superior ao do concorrente Ozempic.
De acordo com a farmacêutica Eli Lilly, o Mounjaro representa uma nova classe terapêutica para tratamento do diabetes tipo 2, doença que afeta quase 16 milhões de pessoas no Brasil. Segundo pesquisas, o efeito do tirzepatida no controle da glicemia é superior ao da semaglutida (princípio ativo do Ozempic), já disponível no país.
A aplicação do medicamento é injetável e semanal e o remédio estará disponível nas dosagens 2,5 mg e 5 mg, que correspondem às doses iniciais do tratamento.
Custo do tratamento:
➡️ 2,5 mg – A caixa com 4 canetas custará:
Pelo programa da fabricante Lilly: R$ 1.406,75 (no e-commerce) e R$ 1.506,76 na loja física
Fora do programa da fabricante: R$ 1.907,29
➡️ 5 mg – A caixa com 4 canetas custará:
Pelo programa da fabricante Lilly: R$ 1.759,64 (no e-commerce) e R$ 1.859,65 na loja física
Fora do programa da fabricante: R$ 2.384,34
Retenção de receita
Este mês, a Anvisa tornou obrigatória a retenção de receita médica na venda de medicamentos agonistas GLP-1, também conhecidos como “canetas emagrecedoras”, como Ozempic, Wegovy, Saxenda, Mounjaro e similares. A decisão passará a ter valor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União (DOU).
Até então, esta categoria de medicamentos classificada com a tarja vermelha só deveria ser comercializada com a apresentação da receita. Na prática, é comum que ela não seja exigida e, por isso, clientes sem o documento conseguem comprar os medicamentos.
Entenda melhor como a tirzepatida atua
A tirzepatida atua no controle da taxa de açúcar no sangue e do peso de pacientes adultos com diabetes tipo 2 e é a primeira medicação disponível e aprovada capaz de atuar nos receptores dos dois hormônios incretínicos, o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon)1.
Os receptores GIP e GLP-1 são encontrados em áreas do cérebro humano importantes para a regulação do apetite. Eles são secretados pelo intestino em resposta aos nutrientes e atuam melhorando a liberação de insulina após uma refeição. A tirzepatida demonstrou diminuir a ingestão de alimentos e modular a utilização de gordura.
Pacientes com diabetes tipo 2 têm uma diminuição nesse efeito. Em modelos pré-clínicos, o GIP é responsável por dois terços do efeito incretina e contribui para a secreção de insulina, ajuda a reduzir da ingestão de alimentos e a aumentar o gasto energético, resultando em reduções de peso e, quando combinado com o GLP-1, pode resultar em maiores efeitos no controle da glicose no sangue e na redução do peso corporal.
Efeito na perda de peso e mais
Segundo o estudo Surpass-2, os pacientes que usaram a tirzepatida perderam 12,4 quilos, em média. Os pesquisadores calculam que isso é o dobro do observado com a semaglutida.
Nos estudos Surmount-3 e 4, a tirzepatida foi comparada com o placebo (uma substância sem nenhum efeito terapêutico aparente) e permitiu uma redução de peso em 26% (ou 28 quilos, em média). Aqui foram avaliados voluntários com obesidade ou sobrepeso que tinham comorbidades (doenças crônicas), mas não eram portadores de diabetes tipo 2.
Essa taxa fica bem próxima — e em alguns casos até é superior — aos resultados obtidos com a cirurgia bariátrica.
Aprovação pela Anvisa em 2023
O Mounjaro foi aprovado pela Anvisa para o controle do diabetes tipo 2 com base no programa SURPASS, conjunto com mais de 10 estudos clínicos que recrutaram mais de 19 mil pacientes com diabetes tipo 2 em todo o mundo, incluindo o Brasil, com a participação de mais de 1.100 pacientes, mais de 50 médicos investigadores envolvidos, em 44 centros de estudo.
Suporte ao paciente por parte do fabricante:
Para promover o aumento do acesso e auxiliar os pacientes ao longo do tratamento, a Lilly vai incluir o Mounjaro em seu Programa de Suporte ao Paciente, Lilly Melhor Para Você, que oferece suporte de educadores especializados, materiais educativos, condições especiais na compra de medicamentos participantes do programa e dicas de saúde e qualidade de vida.
O programa é gratuito e está disponível aos pacientes que receberam a prescrição do seu médico para um medicamento Lilly participante do programa.
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