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Um mandato de busca e apreensão foi expelido durante a 15ª fase da Operação Unum Corpus, e, no local, foram encontrados produtos fora da validade, falta de um alvará sanitário além de várias irregularidades, como a utilização de um forno micro-ondas de uso doméstico para o aquecimento de seringas contendo plasma, algumas chegaram a explodir dentro do aparelho. Quatro salas ficaram interditadas e o aparelho celular do fisioterapeuta foi apreendido.Além disso, foi relatado na investigação, que o fisioterapeuta indicava uma farmácia em específico para as clientes comprarem os medicamentos manipulados, com fórmulas sem a indicação clara de compostos ou dosagens, impossibilitando a cotação em outras farmácias, comprometendo assim, a segurança do tratamento. A conduta dos investigados também foi configurada como crime contra as relações de consumo, na forma de propaganda enganosa, ao oferecerem serviços e produtos sem apresentar informações claras e precisas sobre composição e finalidade.Segundo o delegado titular da DT de Vitória da Conquista e responsável pelas investigações, Paulo Henrique de Oliveira, os laudos também apontaram graves irregularidades nas rotulagens, como a inexistência de alguns dados obrigatórios. “Isso configura um crime contra a saúde pública. Essa inexistência de informações é capaz de causar sérios riscos à saúde dos usuários, pois não permite ao paciente acesso ao tipo de substância que está sendo utilizada, bem como o expõe ao risco de intoxicação ou eventos adversos”, afirmou.
Forno micro-ondas doméstico era utilizado para aquecer seringas
| Foto: Divulgação | Polícia Civil
O delegado ainda diz que o inquérito aponta o uso de furosemida, que é uma substância exclusiva para uso com prescrição médica, o que resultou ao indiciamento do fisioterapeuta pelo uso ilegal da medicina. Somado a isso, denúncias foram feitas pela falta de higiene no local e uso de aparelho celular durante os procedimentos, somado com relatos de que o profissional aplica os injetáveis sem o uso de luvas e a constante presença de baratas no ambiente.
Indiciação do fisioterapeuta e da farmacêuticaA farmacêutica responsável pela farmácia de manipulação foi indiciada pela falsificação de produtos destinados a fins terapêuticos, além de propaganda enganosa ao fornecer medicamentos sem observar os padrões legais de rotulagem e segurança.Já o fisioterapeuta foi indiciado por dois crimes de lesão corporal grave, um de lesão gravíssima, exercício ilegal da medicina, falsificação de produto terapêutico e propaganda enganosa.Os dois respondem em liberdade. A conclusão do inquérito foi encaminhada ao Poder Judiciário, ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região (Crefito-7) e ao Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA).