No futebol, existem histórias que beiram o inacreditável. A mais recente e talvez a mais curiosa do momento vem da Itália: dois dias antes da morte do papa Francisco, o modesto Avellino garantiu o acesso à Série B italiana. O fato, que já seria motivo de festa para os torcedores do time do sul italiano, ganha contornos quase místicos por repetir um padrão que já dura quase sete décadas: desde 1958, sempre que há uma mudança no comando da Igreja Católica, o Avellino sobe de divisão.A vitória por 2 a 1 sobre o Sorrento, no último sábado (19), garantiu ao time o primeiro lugar do Grupo C da Série C italiana. E, na segunda-feira (21), veio o anúncio oficial do Vaticano: o papa Francisco havia falecido, aos 88 anos, abrindo caminho para mais uma sucessão no trono de São Pedro.CONTEÚDO RELACIONADOFé e futebol: a relação do Papa Francisco com os times do ParáNovo estádio do San Lorenzo terá nome do Papa FranciscoPapa Francisco e seu amor ao futebol e pelo San Lorenzo
L’U.S. Avellino 1912 si unisce al dolore di tutti i fedeli per la scomparsa di Papa Francesco. Il Pontefice pochi mesi fa aveva benedetto e firmato la maglia del club. pic.twitter.com/ODGBl9dXFz— U.S. Avellino 1912 (@usavellino1912_) April 21, 2025Coincidência ou superstição? Para torcedores: “destino”Essa tradição começou em 1958, quando o papa Pio XII faleceu. Naquele mesmo ano, o Avellino deixou o campeonato regional (equivalente à Série D atual) e foi promovido à Série C. Em 1963, após novo rebaixamento, o time voltou à terceira divisão justamente no ano da morte de João XXIII.O caso mais simbólico ocorreu em 1978, ano em que a Igreja Católica passou por três pontífices, Paulo VI, João Paulo I e, por fim, João Paulo II. O Avellino, por sua vez, atingiu o maior feito de sua história: foi promovido à Série A, onde permaneceu por uma década.Em 2005, com a morte de João Paulo II, o clube venceu o tradicional Napoli nos playoffs e retornou à Série B. O mesmo aconteceu em 2013, ano da renúncia de Bento XVI: o Avellino foi campeão da Série C e garantiu mais um acesso.Agora, em 2025, o “roteiro” se repete. Com o time comandado por Raffaele Biancolino assegurando a vaga na segunda divisão antes mesmo da morte do papa Francisco, a narrativa ganha mais um capítulo. E mais força.O Avellino se une a todos os fiéis no luto pelo falecimento do papa Francisco. Há alguns meses, o pontífice abençoou e autografou a camisa do clube”, publicou o perfil oficial do time nas redes sociais.Conheça o AvellinoFundado em 1912, o Avellino representa a cidade de mesmo nome, na região de Campania, sul da Itália. Embora nunca tenha sido protagonista no cenário nacional, o clube tem uma história marcada por altos e baixos. Viveu sua era de ouro entre 1978 e 1988, com dez temporadas seguidas na elite, mas enfrentou crises financeiras e até mesmo falência nos anos seguintes.Nos últimos tempos, a equipe tem oscilado entre as séries C e D. O acesso conquistado este ano, em meio à nova troca no comando da Igreja Católica, reacende não apenas as esperanças da torcida, mas também a curiosidade dos apaixonados por futebol e simbolismos.E enquanto o conclave do Vaticano se prepara para eleger o próximo líder da Igreja, em Avellino o povo já tem sua fé renovada, nas arquibancadas e, quem sabe, nas bênçãos do além. Será este time um sacrificador de papas?
L’U.S. Avellino 1912 si unisce al dolore di tutti i fedeli per la scomparsa di Papa Francesco. Il Pontefice pochi mesi fa aveva benedetto e firmato la maglia del club. pic.twitter.com/ODGBl9dXFz— U.S. Avellino 1912 (@usavellino1912_) April 21, 2025Coincidência ou superstição? Para torcedores: “destino”Essa tradição começou em 1958, quando o papa Pio XII faleceu. Naquele mesmo ano, o Avellino deixou o campeonato regional (equivalente à Série D atual) e foi promovido à Série C. Em 1963, após novo rebaixamento, o time voltou à terceira divisão justamente no ano da morte de João XXIII.O caso mais simbólico ocorreu em 1978, ano em que a Igreja Católica passou por três pontífices, Paulo VI, João Paulo I e, por fim, João Paulo II. O Avellino, por sua vez, atingiu o maior feito de sua história: foi promovido à Série A, onde permaneceu por uma década.Em 2005, com a morte de João Paulo II, o clube venceu o tradicional Napoli nos playoffs e retornou à Série B. O mesmo aconteceu em 2013, ano da renúncia de Bento XVI: o Avellino foi campeão da Série C e garantiu mais um acesso.Agora, em 2025, o “roteiro” se repete. Com o time comandado por Raffaele Biancolino assegurando a vaga na segunda divisão antes mesmo da morte do papa Francisco, a narrativa ganha mais um capítulo. E mais força.O Avellino se une a todos os fiéis no luto pelo falecimento do papa Francisco. Há alguns meses, o pontífice abençoou e autografou a camisa do clube”, publicou o perfil oficial do time nas redes sociais.Conheça o AvellinoFundado em 1912, o Avellino representa a cidade de mesmo nome, na região de Campania, sul da Itália. Embora nunca tenha sido protagonista no cenário nacional, o clube tem uma história marcada por altos e baixos. Viveu sua era de ouro entre 1978 e 1988, com dez temporadas seguidas na elite, mas enfrentou crises financeiras e até mesmo falência nos anos seguintes.Nos últimos tempos, a equipe tem oscilado entre as séries C e D. O acesso conquistado este ano, em meio à nova troca no comando da Igreja Católica, reacende não apenas as esperanças da torcida, mas também a curiosidade dos apaixonados por futebol e simbolismos.E enquanto o conclave do Vaticano se prepara para eleger o próximo líder da Igreja, em Avellino o povo já tem sua fé renovada, nas arquibancadas e, quem sabe, nas bênçãos do além. Será este time um sacrificador de papas?