Mais de 80% dos potiguares dependem do SUS para assistência médica

Dos mais de três milhões de potiguares (3.302.729), pouco mais de 629 mil (629.172) possui plano de assistência médica particular, ou seja, 19,05% da população. Os demais 80,95% dependem unicamente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pelos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de usuários de planos de saúde vem aumentando nos últimos anos no Rio Grande do Norte. Eram 594.998 usuários em dezembro de 2022, passou para 609.812 em dezembro de 2023 e chegou a 629.178 em dezembro de 2024. A tendência em 2025 permanece no mesmo patamar, com uma pequena variação, sendo 629.240 usuários em janeiro de 2025 e 629.172 em fevereiro.

Entre os estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte é o que tem maior número de usuários de plano de saúde. Isso tem duas vertentes, uma é que os municípios maiores dificultam o acesso ao SUS, e a maioria das cidades de pequeno porte usam quase eu exclusivamente o SUS. Isso significa que, felizmente, temos o SUS, que dá cobertura. Isso também sobrecarrega o sistema, no RN quase 100% dos municípios têm cobertura de atenção primária, por isso a população utiliza”, revela Maria Eliza Garcia, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems-RN).

Com a atenção primária disseminada entre os municípios, o gargalo do SUS está na média e alta complexidade.

Apesar das dificuldades, as pessoas ainda se esforçam para manter um plano de saúde, mesmo sem poder. Há um grande número de planos devido a essa lacuna na média e alta complexidade. O paciente consegue ir na consulta inicial, mas não consegue chegar na especializada, a exames como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética. Há um vazio assistencial nesse setor, é nosso maior gargalo hoje”, admite Maria Eliza Garcia.

Para tentar diminuir esse déficit, o Governo Federal lançou no final do ano passado a Política Nacional de Média e Alta Complexidade (MAC), que prevê recursos para todo o país e, no caso do Rio Grande do Norte, para as oito regiões de saúde.

Hoje há a Política Nacional de Média e Alta Complexidade que direciona recursos para melhorar esse gargalo, como a criação de serviços nas oito regiões de saúde no RN. Há hoje uma portaria para destinar esses recursos, isso é uma luz, mas sabemos que isso não se resolve de imediato, é uma perspectiva de melhorar essa assistência. Os estados estão se organizando, aqui quatro regiões já se organizaram e estamos trabalhando para que as demais restantes concluamos trabalhos até maio”, adianta a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN.

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