Quando um religioso é anunciado como papa, ele deixa de usar seu nome de batismo e escolhe um novo nome. Jorge Mario Bergoglio optou por “Francisco” em referência a São Francisco de Assis e por inspiração de um cardeal brasileiro.
A escolha do nome Francisco
Três dias após ser proclamado papa, Bergoglio falou sobre a escolha do nome. Em um pronunciamento para jornalistas, disse que dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e de Fortaleza, lembrou-o da dedicação aos pobres. “Quando os votos chegaram a dois terços, aconteceu o aplauso esperado, pois afinal eu havia sido eleito papa. E ele me abraçou, me beijou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Eu lembrei imediatamente de Francisco de Assis”, contou o pontífice à época. São Francisco de Assis é conhecido como o protetor dos animais, dos doentes e das pessoas em situação de pobreza.
Segundo o papa, seu desejo seria “uma igreja pobre, para os pobres”. “O nome apareceu no meu coração. Para mim, o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e protege a criatura.”
Francisco comentou ainda que considerava dom Cláudio Hummes um “grande amigo”. Em entrevista à rádio do Vaticano, dom Hummes disse que a eleição do papa representava os novos tempos da Igreja Católica Apostólica Romana. “É um papa da América latina, um argentino, nosso vizinho. Tudo isso era algo forte, significativo, que indicava tempos novos para a Igreja, que tanto precisa neste momento. Tempos novos”, ressaltou.
Segundo Hummes, acompanhar o papa no momento da saudação aos fiéis o deixou “um menino feliz”. “Ele me convidou e me disse: ‘Venha, esteja comigo, ao meu lado neste momento’ e eu fui junto com o cardeal [Agostini] Vallini [vigário do Vaticano]”, disse. “Eu era apenas “um menino feliz’.” Dom Hummes morreu em julho de 2022 devido a um câncer de pulmão.
Como papa escolhe o nome?
A escolha depende única e exclusivamente da vontade do pontífice. Ele decide e comunica aos cardeais como quer ser chamado, podendo escolher um nome já usado antes ou um novo.
Número é adicionado dependendo da escolha. Caso o pontífice use um nome já utilizado antes, precisará adicionar um número em seguida para distingui-lo dos demais. Assim, o “16” depois de Bento significa que houve outros 15 papas que adotaram esse nome anteriormente.
Nome costuma indicar perfil que papa dará ao seu pontificado. Bergoglio tinha essa dedicação às pessoas em situação de pobreza e marginalizadas e desejava, como anunciou, que seu papado foi marcado por esse olhar.
João foi o nome mais popular entre os 266 papas da Igreja Católica. Ao todo, 21 pontífices optaram por utilizá-lo. João 23, que deixou o comando da Igreja Católica em 1963, foi o último a adotar o nome. A lista não inclui antipapas —aqueles que reclamam o título em oposição ao eleito legitimamente.