A morte do Papa Francisco marca o fim de um pontificado marcado pelo diálogo, a defesa dos mais pobres e uma constante busca por reformas internas na Igreja Católica. Com sua partida, a Igreja entra agora no ritual do Conclave, um processo milenar e sigiloso, no qual os cardeais eleitores se reúnem, isolados no Vaticano, para eleger o novo Sumo Pontífice.
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O Colégio Cardinalício é formado atualmente por cardeais de todos os continentes, representando a diversidade da fé católica espalhada pelo mundo. Entre os nomes que começam a ser citados com mais frequência nos bastidores do Vaticano, dois brasileiros ganham destaque, os cardeais Sérgio da Rocha e Leonardo Ulrich Steiner.

Cardeal Sérgio da Rocha é natural de Dobrada, interior de São Paulo. Com vasta formação acadêmica, é mestre e doutor em Teologia Moral, tendo lecionado por mais de uma década na PUC de Campinas. Sua trajetória pastoral é marcada por passagens em Porto Velho (RO), Teresina, Brasília e, atualmente, Salvador. Em 2021, foi nomeado por Francisco como membro da Congregação para os Bispos, órgão central da Cúria Romana responsável pela escolha e supervisão de bispos ao redor do mundo. Em 2023, sua influência no Vaticano se consolidou com a nomeação para o Conselho de Cardeais, grupo restrito que assessora diretamente o Papa.

Já o Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, nascido em Forquilhinha, Santa Catarina, é o primeiro cardeal oriundo da Amazônia brasileira. Membro da Ordem dos Frades Menores, foi ordenado sacerdote aos 27 anos. Com formação filosófica sólida e doutorado em Roma, Steiner é hoje arcebispo de Manaus. Sua nomeação ao cardinalato, em 2022, foi vista como um gesto simbólico do Papa Francisco em direção à defesa da Amazônia e de seus povos. Em suas falas públicas, Steiner tem reafirmado seu compromisso em dar voz às causas amazônicas dentro da Igreja.
O Conclave que se aproxima ocorre em um cenário global de grandes transformações com guerras, desigualdades, crises ambientais e desafios éticos que exigem da Igreja respostas concretas e compassivas. O novo Papa terá diante de si a missão de continuar os caminhos abertos por Francisco, mas também de estabelecer novas pontes com o mundo moderno.
O Brasil, país com a maior população católica do mundo, assiste com atenção à possibilidade de ver um de seus representantes assumir o trono de Pedro. Mais do que um símbolo, seria a confirmação de que as vozes da América Latina e da Amazônia continuam ecoando com força dentro da Igreja Universal.