Novo livro do jornalista Luiz Nascimento narra o que aconteceu amigos que se conheceram em um grupo de escoteiros e passou a ser perseguido pela ditadura nos anos 1960. “O Grito da Ipiranga” traz memórias de amigos que viveram a ditadura
Em uma rua do Rio de Janeiro, uma geração jovem vivia intensamente a ditadura, na década de 1960. Muitos deles se conheceram num grupo de escoteiros e aprenderam valores como o companheirismo. Agora, as memórias desses amigos estão reunidas em ‘O Grito da Ipiranga’, o mais novo livro do jornalista Luiz Nascimento.
“A gente se encontrava para combinar qual era a festa da sexta. Paralelamente, a gente ia para as passeatas. A gente pichava muito os ônibus com as palavras de ordem, sujava a mão de spray, chegava em casa, passava querosene ou algo do tipo para tirar a coisa e ir ao baile”, conta Carlos ‘Caique’ Tibiriça.
A Casa Quatro arregimentava jovens cheios de utopia. Caique não perdeu a vocação pra recrutamentos. Ele foi atrás de amigos daquele tempo e montou “O Incrível Exército de Brancaleone”.
O nome faz referência a um filme sobre uma tropa maltrapilha que sonha com a Terra Prometida. O grupo logo virou um espaço de memórias.
Vinte horas de histórias caíram no colo de Luiz Nascimento. O escritor ouviu os desabafos e o remexer nas feridas. Essa catarse de perto de 20 pessoas virou um livro.
“Desde que eu fui preso, eu sou atormentado por sonhos extremamente violentos. É uma herança desses dias miseráveis que a gente viveu”, desabafa Luizinho Janela.
Luiz Nascimento conta que “a maioria foi presa e torturada, três foram assassinados pela repressão. E nem todo grupo se envolveu politicamente.”
O pessoal da Casa Quatro protestou junto, principalmente em 1968, um dos anos mais duros do período militar.
Maria de Fátima ‘Chica’ Amaral e Juca Moraes, como tantos outros, passaram a viver em fuga. Foram dois anos de casa em casa. Eles dormiram em barracos sem água; nos fundos de uma manicure; e em sofás de desconhecidos. Sempre um passo à frente da repressão.
“Nós saímos com a roupa do corpo, cara. Que mala! A única coisa que eu fiz foi entrar na Mesbla e comprar uma calcinha. A minha bagagem era uma calcinha”, conta Chica.
O livro “O Grito da Ipiranga” narra a resistência numa vila carioca, uma casa onde a luta se avizinhava ao amor.
Veja a reportagem completa no vídeo acima.
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Em uma rua do Rio de Janeiro, uma geração jovem vivia intensamente a ditadura, na década de 1960. Muitos deles se conheceram num grupo de escoteiros e aprenderam valores como o companheirismo. Agora, as memórias desses amigos estão reunidas em ‘O Grito da Ipiranga’, o mais novo livro do jornalista Luiz Nascimento.
“A gente se encontrava para combinar qual era a festa da sexta. Paralelamente, a gente ia para as passeatas. A gente pichava muito os ônibus com as palavras de ordem, sujava a mão de spray, chegava em casa, passava querosene ou algo do tipo para tirar a coisa e ir ao baile”, conta Carlos ‘Caique’ Tibiriça.
A Casa Quatro arregimentava jovens cheios de utopia. Caique não perdeu a vocação pra recrutamentos. Ele foi atrás de amigos daquele tempo e montou “O Incrível Exército de Brancaleone”.
O nome faz referência a um filme sobre uma tropa maltrapilha que sonha com a Terra Prometida. O grupo logo virou um espaço de memórias.
Vinte horas de histórias caíram no colo de Luiz Nascimento. O escritor ouviu os desabafos e o remexer nas feridas. Essa catarse de perto de 20 pessoas virou um livro.
“Desde que eu fui preso, eu sou atormentado por sonhos extremamente violentos. É uma herança desses dias miseráveis que a gente viveu”, desabafa Luizinho Janela.
Luiz Nascimento conta que “a maioria foi presa e torturada, três foram assassinados pela repressão. E nem todo grupo se envolveu politicamente.”
O pessoal da Casa Quatro protestou junto, principalmente em 1968, um dos anos mais duros do período militar.
Maria de Fátima ‘Chica’ Amaral e Juca Moraes, como tantos outros, passaram a viver em fuga. Foram dois anos de casa em casa. Eles dormiram em barracos sem água; nos fundos de uma manicure; e em sofás de desconhecidos. Sempre um passo à frente da repressão.
“Nós saímos com a roupa do corpo, cara. Que mala! A única coisa que eu fiz foi entrar na Mesbla e comprar uma calcinha. A minha bagagem era uma calcinha”, conta Chica.
O livro “O Grito da Ipiranga” narra a resistência numa vila carioca, uma casa onde a luta se avizinhava ao amor.
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