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O proprietário de um terreno ocupado desde meados de 2016 no bairro Jabaeté, em Vila Velha, já tem planos para a área caso consiga a reintegração de posse, processo que está na Justiça e foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início deste mês.O projeto econômico irá contribuir com o crescimento do município e gerar emprego e renda, segundo o advogado representante dos proprietários da Fazenda Moendas, Renan Sales.O local fica em uma área de expansão na Região 5, local que vem recebendo investimentos importantes para o desenvolvimento sustentável. As melhorias de mobilidade, como a rodovia ES-388, que liga Vila Velha direto à BR-101; a Avenida Linhares e a Avenida Jaguarussu e a nova ponte sobre o Rio Jucu, ligando a Rodovia Leste-Oeste à ES-388, atraem empresas e indústrias de diversos setores, afirma Sales.As áreas imobiliária e logística são as mais potenciais para o espaço e região, é o que analisa o presidente da Associação dos Empresários de Vila Velha (Assevila), Thomaz Tommasi.“Se for um projeto habitacional, você tem a construção civil sendo aquecida. Mas a região Sul tem uma grande vocação para expansão logística, para galpões de armazenamento. É para este lado que a cidade vai crescer”, destaca.Tommasi defende a necessidade de “equilíbrio das regras” e respeito ao Estado democrático de direito.O espaço está em ocupação, ou seja, é utilizado ilegalmente — conforme o Código Penal — há cerca de oito anos. Aproximadamente 728 famílias residem no local, segundo representante dos ocupantes.A decisão de suspender a reintegração de posse foi um erro e deve ser revista, afirma o advogado dos proprietários do terreno.“A área sempre foi privada, particular. Ela tem dono e é alvo de uma invasão desordenada e ilegal. Não se pode invadir propriedade privada sob o pretexto de direito à moradia”, diz Sales.Além da ocupação, há no processo “prova da prática de crimes ambientais, tráfico de drogas e homicídios, além de relatos diversos de venda irregular de terreno de invasão”, afirma.“Não há mais ambiente político nem jurídico para que isso se repita. O proprietário da área vem sofrendo severos prejuízos em razão dessa invasão ilegal”, diz.Denúncia de grilagem e prática de crimes na regiãoAlém da ocupação ilegal, os proprietários do terreno e a Associação dos Empresários de Vila Velha (Assevila) denunciam a prática de grilagem de terra. Ou seja, partes do terreno estariam sendo vendidas de forma criminosa por posseiros, que enganam clientes com ofertas abaixo do preço do mercado, em troca de dinheiro fácil.“Nesse espaço em especial, tem acontecido muita grilagem de terra. Ali está acontecendo uma verdadeira exploração do drama humano. Pessoas que precisam de moradia estão sendo enganadas e exploradas. E ali ocorre tráfico de drogas, violência, prostituição”, destaca o presidente da Assevila, Thomaz Tommasi.O representante afirma que projetos habitacionais e de regularização fundiária, como os movidos pelo governo federal e pela prefeitura de Vila Velha, são importantes e podem servir para acomodar famílias que estão em situação de vulnerabilidade.“A gente ainda tem um problema habitacional importante para resolver no Brasil, mas não é com a exploração do drama humano que a gente vai conseguir avançar, muito pelo contrário”, afirma.A prefeitura afirma que acompanha a situação da área e busca, dentro dos princípios legais, dar apoio às famílias da região.“O município tem acolhido os moradores oferecendo escolas para as crianças, atendimento nas Unidades de Saúde e apoio assistencial nos equipamentos públicos, como CRAS e Creas”, diz em nota.