
O Conselho Nacional de Trânsito determina que só maiores de 18 anos podem conduzir patinetes e proíbe a circulação em avenidas e estradas. Nos maiores centros urbanos, um certo veículo de transporte individual tem aumentado a sensação de desorganização.
Na lentidão do trânsito de São Paulo, o Wallace Oliveira encontrou um jeito mais rápido de chegar até o cliente. Ele é analista de redes. Quando a internet cai, a solução tem que ser urgente.
“Não tem como ficar parado tanto tempo no trânsito. Então, patinete, ele ajudou bastante nessa locomoção”, conta.
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Duas empresas exploram o serviço de aluguel de patinetes em São Paulo. A analista de marketing Eduarda Araújo trocou o ônibus pelo passeio sobre duas rodinhas:
“Eu pego perto de onde eu moro e vou até meu trabalho, que também tem um lugar lá que você pode estacionar”.
Um pesquisador da Unicamp diz que os patinetes ajudam na micromobilidade urbana. De casa até o metrô, do ponto do ônibus até o trabalho. Mas ele acrescenta que algumas condições são necessárias. Boa regulamentação e fiscalização, por exemplo.
“Deve ser utilizada nas ciclovias, nas ciclofaixas, separado do pedestre, que é um ponto também importante em função do limite de velocidade de 20 km/h”, afirma Luiz Vicente Figueira de Mello, pesquisador de Engenharia de Transporte da Unicamp.
Patinetes elétricos aumentam o desrespeito às leis de trânsito nas maiores cidades do Brasil
Jornal Nacional/ Reprodução
O Conselho Nacional de Trânsito determina que só maiores de 18 anos podem conduzir patinetes e proíbe a circulação em avenidas e estradas. Também proíbe trafegar nas calçadas ou levar carona e determina que cada prefeitura crie uma legislação adaptada às características da cidade.
Outra condição apontada pelo especialista é a realização de campanhas de educação. Sem elas, os abusos se tornam mais frequentes, como em qualquer meio de transporte. Só que, em cima de um patinete, a exposição do condutor é muito grande.
Patinetes elétricos aumentam o desrespeito às leis de trânsito nas maiores cidades do Brasil
Jornal Nacional/ Reprodução
Em São Paulo, o serviço é regulamentado desde 2019. Mas ainda é comum ver patinetes nas calçadas, levando duas pessoas e avançando o sinal vermelho. Em Salvador, um homem foi flagrado circulando a 60 km/h. Em Aracaju, uma empresa bloqueou 89 usuários flagrados juntos na contramão, em calçadas e fazendo manobras arriscadas. Em Paranaguá, no Paraná, um condutor perdeu o controle do patinete, no acesso a uma rodovia. As imagens são fortes, por isso foram pausadas. O homem foi atropelado por uma carreta e morreu.
Desde 2023, o Contran exige que as empresas orientem os condutores. Um curso foi em Porto Alegre. O servidor público João Guedes aprendeu rápido.
“No começo é um pouco… A gente sente um certo desequilíbrio, mas depois pega o jeito e só vai”, conta.
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