
Campeão do BBB 24 aparece em um print de videochamada, no qual exibe uma arma de fogo para a modelo, com quem teve um breve relacionamento no ano passado. Embora tenha se tornado réu, o poder judiciário ainda não decidiu se acata o pedido de prisão contra ele. Davi Brito se torna réu por violência psicológica após ameaçar modelo com arma
O campeão do Big Brother Brasil 24, Davi Brito, virou réu por violência psicológica na Justiça do Amazonas no dia 8 de abril deste ano por ameaçar a modelo amazonense Tamires Assis com uma arma durante uma videochamada. A decisão é da juíza Ana Lorena Teixeira Gazzineo, e foi obtida pela Rede Amazônica nesta quarta-feira (16).
O caso aconteceu em julho de 2024, cerca de um mês após os dois viverem um breve relacionamento depois de se conhecerem no Festival Folclórico de Parintins. Na época, o ex-BBB chegou a declarar nas redes sociais que imaginava um futuro com a modelo.
Segundo Tamires, Davi exibiu uma arma de fogo durante uma videochamada e a ameaçou. Ela conseguiu registrar um print do momento em que o campeão do reality show aponta a arma para ela. Na época, a modelo conseguiu uma medida protetiva e o acusou de violência psicológica.
A investigação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apontou que o ex-BBB também incitou seus fãs a atacar a modelo nas redes sociais após a decisão da Justiça.
Em agosto, a PC-AM pediu a prisão de Davi por violência doméstica, após concluir que ele também incitou ataques contra a modelo nas redes sociais.
Oito meses após o ocorrido, a Justiça do Amazonas ainda não decidiu se acata o pedido de prisão feito pela Polícia Civil contra o ex-BBB pelas ameaças à modelo. Enquanto isso, Davi segue respondendo ao processo em liberdade.
O g1 e a Rede Amazônica entraram em contato com a assessoria de Davi Brito por e-mail, mas não obtiveram resposta até a publicação desta matéria.
Davi se envolveu em polêmicas recentes, como o fim do relacionamento com a ex-namorada após ela perder o bebê, e um episódio em que foi levado à delegacia e teve o carro apreendido por se recusar a fazer o teste do bafômetro durante uma blitz, em Salvador.
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Ameaça com arma
Davi Brito virou réu após ter ameaçado modelo do Amazonas com arma.
Reprodução
Conforme apuração do g1, no dia 15 de julho de 2024, Davi teria feito uma videochamada agressiva com Tamires, questionando seu paradeiro e mostrando a arma. No dia seguinte, tentou minimizar a situação, dizendo que explicaria depois.
De acordo com os autos do processo, no dia 16, Tamires viajaria a Salvador para encontrar Davi, mas desistiu após uma sequência de atitudes do ex-BBB. Ela relatou que, já no aeroporto, foi informada por ele para adiar a viagem, sob a justificativa de que estava com febre.
O Boletim de Ocorrência foi registrado no dia 23 de julho, na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher, em Manaus.
“Quando eu cheguei em casa, ele me ligou falando que eu era uma burra, que não sabia usar a internet, que eu tinha que me calar. Que a internet funciona assim, é assim que se faz. Que quando acontecem as coisas a gente tem que se calar”, contou Tamires.
Em aeroporto, dançarina revela que Davi pediu adiamento de viagem para Salvador
Segundo o advogado que iniciou a defesa de Tamires na época da ameaça, Vilson Benayon, o impacto emocional sobre a modelo foi profundo.
“Tamires agora vive com medo, está isolada, muito abalada com a repercussão do caso. Isso tem afetado o emocional, levando-a a procurar ajuda profissional”, afirmou Benayon.
Para a Justiça, Davi apresentou um comportamento instável — primeiro alegando estar doente e depois agindo de forma agressiva e controladora — o que levou à concessão da medida protetiva. O padrão de conduta do ex-BBB, relatado pela vítima, foi interpretado como indicativo de violência de gênero.
Demora na resposta ao pedido de prisão
Em outubro de 2024, a defesa de Tamires registrou queixa na Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amazonas pela demora na resposta ao pedido. Até o momento, não houve retorno.
Para a atual advogada de Tamires, Danielle Uchôa, não há justificativa para a demora na resposta sobre o pedido de prisão.
“É uma forma de manter impune a situação. Não pune e também não absolve. É um meio de deixar de cumprir a lei. Já é muito doloroso para uma mulher passar por uma violência. É mais doloroso ainda quando ela vê que ninguém se importa”, disse a advogada da modelo.
A modelo revelou como o trauma a afetou a saúde mental e a capacidade de seguir em frente. eexpressou seu desejo de retomar sua vida normal e se libertar do sofrimento.
Isso destruiu toda a minha mente. Eu acordo preocupada e querendo voltar a minha vida. Eu quero voltar a Tamires de verdade. Eu sou uma pessoa boa”, disse Tamires, refletindo sobre as consequências do abuso.
Em entrevista à Rede Amazônica, Tamires compartilhou o impacto do trauma em sua saúde mental e em sua capacidade de seguir em frente. Ela expressou o desejo de se libertar do sofrimento causado pelas ameaças.
“Isso destruiu toda a minha mente. Eu acordo preocupada e querendo voltar à minha vida. Eu quero voltar a ser a Tamires de verdade. Eu sou uma pessoa boa”, disse a modelo.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Amazonas informou que concedeu todas as medidas protetivas solicitadas por Tamires, que continuam em vigor.
A Justiça também confirmou que a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra Davi foi aceita no início deste mês, e que o processo segue em tramitação regular. Por se tratar de um caso relacionado à Lei Maria da Penha, o processo corre em segredo de justiça.
Sobre a demora no andamento do processo, o Tribunal explicou que, em outubro do ano passado, Tamires entrou com uma reclamação na Corregedoria-Geral de Justiça. O pedido foi encaminhado à Vara responsável e a resposta oficial foi entregue à vítima em dezembro.
A advogada de Tamires, Danielle Uchôa, informou por telefone à Rede Amazônica que não foi notificada pela Corregedoria.
Davi Brito e Tamires Assis.
Reprodução/Redes Sociais