Moléculas associadas a organismos vivos na Terra foram detectadas na atmosfera do exoplaneta K2-18 b, a 124 anos-luz da Terra
Assinatura química indica potencial presença de vida
Pesquisadores da Universidade de Cambridge anunciaram a descoberta de uma molécula rara na atmosfera do planeta K2-18 b, que só é produzida por organismos vivos na Terra. A revelação, publicada no The Astrophysical Journal Letters, acendeu o alerta da comunidade científica sobre uma possível bioassinatura em um mundo distante localizado na chamada “zona habitável” de sua estrela.
O planeta, que orbita uma anã vermelha a cerca de 124 anos-luz da Terra, pode ter em sua atmosfera moléculas como dimetilsulfeto (DMS) ou dimetil dissulfeto (DMDS), substâncias associadas à atividade de fitoplânctons e bactérias marinhas em nosso planeta. Segundo os cientistas, essas moléculas estariam presentes em quantidades significativas, o que torna a hipótese de vida plausível, embora ainda não confirmada.
Cautela antes de afirmar a existência de vida alienígena
Apesar do entusiasmo, os próprios autores do estudo pedem cautela. “Não é do interesse de ninguém afirmar prematuramente que detectamos vida”, alertou o astrofísico N. M., líder da pesquisa. Ele destacou, porém, que esta é a evidência mais convincente até agora de uma possível forma de vida fora da Terra.
A expectativa é de que, com novas observações e análises, o sinal seja confirmado ou refutado em até dois anos. “Se confirmarmos vida em K2-18 b, isso praticamente provaria que a vida é comum na galáxia”, afirmou o cientista.
Mundo “hiceano” pode abrigar oceanos sob atmosfera rica em hidrogênio
O K2-18 b foi descoberto em 2017 e pertence à categoria dos chamados planetas “sub-Netunos” — maiores que planetas rochosos como a Terra, mas menores que gigantes gasosos como Netuno. Em 2021, a equipe de M. propôs a existência dos planetas “hiceanos”, com oceanos de água morna cobertos por atmosferas ricas em hidrogênio e metano. O K2-18 b se encaixa nesse perfil, o que aumenta o interesse sobre sua habitabilidade.
A análise foi possível graças ao telescópio espacial James Webb (JWST), lançado em 2021. Através do método de espectroscopia de transmissão — que analisa como a luz da estrela é filtrada pela atmosfera do planeta — os cientistas conseguiram detectar a possível presença das moléculas.
Nova fronteira para a busca por vida fora da Terra
A possível bioassinatura no K2-18 b representa um marco para a astrobiologia e reforça a importância de telescópios espaciais de nova geração no avanço da ciência. Ainda que não haja confirmação definitiva sobre a existência de vida alienígena, o estudo abre caminho para novas investigações em outros exoplanetas semelhantes e promete transformar o modo como buscamos sinais de vida no universo.
fonte: Olhar Digital
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