Seis estão presos por sequestro de mulheres e crianças

Forças conjuntas das polícias Civil e Militar prenderam mais duas pessoas na manhã de hoje, quinta-feira (17), em Parauapebas, suspeitas de participarem do sequestro de duas mulheres e duas crianças, de 10 e 5 anos, na quarta (16). Ao longo de ontem e dessa madrugada, quatro homens já haviam sido detidos. As vítimas foram mantidas por horas em um cativeiro em Curionópolis, no sudeste do Pará.

Até o momento, estão presos Ronaldo Alves Silva, Arthur Antunes Rodrigues Sampaio, Rafael Feitosa, Iury Silva dos Santos, Moisés Alves Oliveira e Robson de Souza Lima. Eles foram autuados em flagrante por crimes como extorsão qualificada mediante sequestro, tráfico de drogas e posse ilegal de arma ou munição de uso restrito.

Quatro homem foram presos ainda na quarta e na madrugada desta quinta

A “Operação Nulla Rapta” foi desencadeada por volta das 17h30 de ontem com o objetivo de resgatar as vítimas, sequestradas pela manhã em Curionópolis. À tarde, os criminosos entraram em contato com o marido de uma das mulheres, pai das crianças, e começaram a exigir o pagamento de R$ 50 mil pelo resgate da família, composta ainda pela sogra do homem. Eles ameaçavam matar as mulheres e as crianças sequestradas.

Quando recebeu a primeira ligação, o pai das crianças passava por Marabá, retornando de uma viagem. Ele chegou a receber um vídeo, em visualização única no WhatsApp, que mostrava a família sentada no chão de uma casa possivelmente abandonada.

O homem então abordou um policial militar e foi encaminhado a uma delegacia da Polícia Civil. Lá, passou a registrar uma ocorrência e informou que o veículo em que as vítimas estavam ao serem sequestradas, um HB20, possuía rastreador.

Outros dois foram presos na manhã desta quinta, em Parauapebas

PRIMEIROS PRESOS

A vítima da extorsão compartilhou com policiais militares a localização do automóvel da família. A partir disso, os policiais localizaram o carro trafegando na Rodovia Transamazônica, na frente da Câmara de Vereadores de Marabá. Ao tentar realizar a abordagem, o motorista, Rafael Feitosa, abandonou o carro e tentou fugir.

Ele foi capturado e informou ter recebido o veículo de Sinval Lima Carvalho Filho, investigado como suspeito do caso e que não foi localizado até o momento. Conforme Rafael, Sinval o contratou para levar o automóvel até o Tocantins.

O homem preso com o veículo afirmou, também, que Iuri dos Santos, motorista por aplicativo em Parauapebas, teria sido o responsável por entregar o carro para Rafael. Iuri foi preso na sequência, no município em que estava.

De acordo com a Polícia Civil, ambos informaram que a família estava sendo mantida sequestrada em uma área rural de Curionópolis, mas sem saber identificar o endereço exato.

CATIVEIRO

Com base nessas informações, somadas ao histórico de onde o veículo das vítimas havia passado e com acesso a informações cadastrais de dois números de telefone utilizados pelos sequestradores para contatar o marido, policiais conseguiram identificar um endereço, em Serra Pelada, onde as vítimas poderiam estar sendo mantidas.

Em razão do risco iminente de morte dessas pessoas, as forças policiais decidiram invadir o local. “Foi decidido que seria feita uma tentativa de localização nesta casa porque as ameaças persistiam insistentemente. O companheiro da vítima estava na delegacia e o criminoso falava: “eu sei que você está com a polícia, nós vamos matar a sua família, é melhor você passar o dinheiro, nós só vamos parar de fazer isso quando você repassar esse valor’”, relatou o delegado Leandro Benício, do Departamento de Homicídios, que participou da condução da operação.

As vítimas não estavam no local, mas foram detidos dois suspeitos, Ronaldo e Arthur, que estavam na posse de uma grande quantidade de drogas – cocaína e maconha –, munições e uma arma de uso restrito. Um deles, inclusive, já foi condenado anteriormente por extorsão.

No local, foi identificado que um dos homens estava com um dos telefones utilizados para extorquir a vítima.

VÍTIMAS LIBERTADAS

Enquanto os policiais estavam no local que foi utilizado como cativeiro, uma das vítimas entrou em contato com o companheiro via telefone e informou que a família havia sido deixada pelos bandidos na beira da estrada que dá acesso à Serra Pelada.

Conforme a investigação, ao perceber que alguns comparsas deixaram de se comunicar, os envolvidos no sequestro desconfiaram que eles poderiam ter sido presos e decidiram soltar as mulheres e as crianças.

Dois deles – posteriormente identificados como Moisés e  Robson – foram os responsáveis pela soltura das vítimas. Em seguida, eles ainda assaltaram uma motocicleta e fugiram em direção à Parauapebas, onde foram localizados e presos nesta manhã. Nessa ação um tiro chegou a ser disparado.

VALORES FORAM ROUBADOS

De acordo com o delegado Benício, outras pessoas podem estar envolvidas no crime e valores chegaram a ser transferidos das vítimas. Ainda não se sabe quanto foi roubado, mas acredita-se que pelo menos R$ 10 mil.

As vítimas teriam feito diversas tentativas de transferência que foram bloqueadas pelo banco devido serem suspeitas. Após isso, os homens começaram a extorquir o pai das crianças.

O delegado Antonio Mororó, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), que também atuou no caso, informou que as provas contra os presos são contundentes e incontroversas porque há auto de reconhecimento feito pelas vítimas e semelhanças entre os interrogatórios deles, que se complementam. Além disso, nenhum negou a autoria do crime. “Agora as prisões serão comunicadas ao Poder Judiciário e será representado pela prisão preventiva de todos, inclusive de outros que já foram identificados e que não foram presos até o momento”, finalizou.

(Da Redação, com informações de Chagas Filho, Evangelista Rocha e Ulisses Pompeu)

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