Cantor sertanejo de Juiz de Fora é um dos alvos de operação da Polícia Federal

Cantor sertanejo Cristiano, da dupla Renan e Cristiano, está entre os investigados da operação Teatro Invisível II da Polícia Federal

Cantor sertanejo Cristiano, da dupla Renan e Cristiano, está entre os investigados da operação Teatro Invisível II da Polícia Federal
Cantor sertanejo Cristiano, da dupla Renan e Cristiano, está entre os investigados da Operação Teatro Invisível II (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Na manhã desta quarta-feira (16), a Polícia Federal (PF) dois mandados de busca e apreensão em Juiz de Fora, além de outros oito no estado do Rio de Janeiro, nas cidades de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e na capital fluminense. Entre os investigados, está o cantor Cristiano Almeida Leite, da dupla Renan e Cristiano. Os nomes dos demais alvos da investigação não foram divulgados até o momento.

Dois imóveis pertencentes ao cantor sertanejo foram alvos de mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, porém apenas um foi cumprido, já que no segundo já havia outro morador. O advogado de Cristiano, João Carlos Torres Quirino, optou por não se manifestar no momento, já que ainda não teve acesso às informações e que, por se tratar de investigações sigilosas, ainda está averiguando os fatos diretamente nos autos. 

Além do cumprimento dos mandados, a Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 3,5 bilhões das contas dos investigados e a suspensão das atividades de oito empresas. Segundo a Polícia Federal do Rio de Janeiro, alguns dos investigados seriam proprietários de empresas envolvidas em fraudes licitatórias nos municípios de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro. 

De acordo com a Polícia Federal, também foram identificados indícios de uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral para beneficiar candidatos nas eleições de 2024. Surgiram também novas provas de lavagem de dinheiro, com transações ilegais por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie, empresas com intensa movimentação financeira e aquisição de bens de alto valor.

Provas destruídas

As investigações revelaram, ainda, que o grupo realizou destruição de provas, guardadas principalmente em meios digitais, que poderiam incriminar seus integrantes. Também há, segundo a PF, provas contundentes de lavagem de dinheiro, por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie e aquisições de bens de alto valor. A operação desta quarta é um desdobramento da primeira fase da operação, deflagrada em 12 de setembro do ano passado, e foi possível graças ao material apreendido anteriormente. 

O esquema

Polícia Federal cumpre mandados em Juiz de Fora por corrupção e lavagem de dinheiro PF
(Foto: Divulgação / Polícia Federal)

Segundo a PF, as investigações da primeira fase da operação revelaram que a organização criminosa, por meio de seus líderes – que já chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro -, desenvolveu um sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios.

Os contratados, após receberem as instruções dos coordenadores sobre a propagação de notícias falsas sobre algum candidato à prefeitura, passavam a circular diariamente pelo município, em especial em locais com aglomerações de pessoas como pontos de ônibus, padarias, filas de banco, bares e mercados, com a intenção de difundir aos eleitores falsas afirmações sobre um determinado candidato, para beneficiar o concorrente para o qual o serviço foi contratado. 

A PF apurou que os atores contratados para propagar as informações falsas recebiam R$ 2 mil por mês para exercer a função. Os coordenadores da empreitada recebiam, dos líderes da organização, a quantia mensal de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria prefeitura. Durante o ano eleitoral, quando o esquema entrava em vigor, os coordenadores eram então exonerados de seus cargos no Executivo municipal e substituídos por “laranjas”, possíveis funcionários fantasmas, a fim de manter o “direito” sobre eles.

A “campanha” de propaganda criminosa possuía também um processo de aferição de resultado incluído no seu planejamento por meio da elaboração de relatórios diários das atividades. Nesses relatórios, era especificada a quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso.

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