Mãe de bebê encontrada morta em AL tem prisão preventiva decretada

Polícia Civil de Alagoas investiga se Eduarda teve ajuda de alguém para ocultar o corpo da filha

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– Reprodução /Redes Sociais

A Justiça de Alagoas converteu de flagrante em preventiva (sem prazo) a prisão de Eduarda Silva de Oliveira, 22, mãe da bebê Ana Beatriz, de 15 dias.Segundo os investigadores, Eduarda confessou ter matado a filha recém-nascida. O corpo da bebê foi encontrado dentro de um armário, enrolado em um saco plástico, na casa da família em Novo Lino, no interior de Alagoas.A audiência de custódia aconteceu na tarde desta quarta-feira (16), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, e foi conduzida pelo juiz Antônio Íris da Costa Júnior.A recém-nascida foi localizada após o pai da criança, Jaelson da Silva Souza, 25, e o advogado da família convencerem a mãe a revelar onde havia escondido a filha. Eles acionaram a polícia, que encontrou o corpo junto a produtos de limpeza em um dos cômodos da casa.O pai estava em São Paulo a trabalho e retornou a Alagoas no fim de semana para acompanhar as buscas. A polícia informou que ele não teve participação no crime.Segundo o advogado José Wellington de Oliveira, que representa Eduarda, ela confessou o crime após ser confrontada com as inconsistências dos diferentes depoimentos.Agora, a Polícia Civil de Alagoas investiga se Eduarda teve ajuda de alguém para ocultar o corpo da filha.De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a principal linha de investigação aponta que uma pessoa pode ter colocado o corpo no armário durante a madrugada desta terça-feira (15) enquanto a casa estava vazia, uma vez que cães farejadores do Corpo de Bombeiros inspecionaram o local durante o dia e não detectaram a presença do corpo.Questionada, a pasta informou que a segurança era feita diretamente à mãe e não à residência, já que a casa não era considerada local de crime e estava fechada.”Esse elemento [os cães farejadores não terem detectado o corpo] reforça a possibilidade de que o corpo tenha sido levado posteriormente ao local. A investigação vai continuar para apurar todos os detalhes, inclusive se alguém ajudou na ocultação”, disse o delegado Igor Diego.Conforme a Polícia Civil, o laudo da necropsia deverá confirmar a causa da morte e definir se a mãe poderá responder por infanticídio —quando a morte é causada pela mãe sob a influência do estado puerperal, período de alterações emocionais e hormonais após o parto.”O estado de abalo emocional pode configurar infanticídio, mas ainda não podemos confirmar. Ela apresentou múltiplas versões, o que nos faz tratar tudo com cautela. Só a perícia poderá esclarecer os fatos”, afirmou o delegado.Os investigadores apontaram que Eduarda deu duas versões sobre a morte da criança. Inicialmente, afirmou que a filha teria se engasgado durante a amamentação durante a madrugada. Depois, disse ter asfixiado a bebê com um travesseiro porque não conseguia fazê-la parar de chorar. A mulher relatou estar há duas noites sem dormir, incomodada também pelo barulho de um bar próximo à casa da família.Nesta terça, Eduarda passou mal e foi levada de ambulância uma unidade de saúde municipal. Na saída, o veículo chegou a receber pedradas, mas ninguém se feriu. Após o atendimento, ela foi conduzida ao Cisp (Centro Integrado de Segurança Pública), onde pessoas fizeram uma manifestação.FALSO SEQUESTRO E COMOÇÃOO caso mobilizou policiais e moradores da cidade desde a última sexta (12), quando Eduarda denunciou que a bebê teria sido sequestrada por quatro pessoas armadas em um ponto de ônibus às margens da BR-101. A versão foi colocada em dúvida após depoimentos de testemunhas e análise de câmeras de segurança.Confrontada pela polícia, a mãe apresentou outras quatro versões distintas ao longo do fim de semana. As hipóteses foram sendo descartadas conforme os investigadores reuniam imagens e relatos que contradiziam as alegações.As buscas mobilizaram a Secretaria de Segurança Pública, que utilizou drones, cães farejadores e equipes do Corpo de Bombeiros para vasculhar a região. Cisternas, terrenos baldios e latas de lixo foram inspecionados antes da descoberta do corpo.Eduarda chegou a ser levada a uma unidade de saúde por estar visivelmente debilitada. De acordo com o advogado José Wellington, ela não se alimentava nem bebia água desde o início do caso e foi medicada com antidepressivos. Ele apontou a possibilidade de depressão pós-parto.Durante as investigações, a polícia chegou a prender um homem em Vitória de Santo Antão (PE), por dirigir um carro semelhante ao descrito por Eduarda na versão inicial do suposto sequestro. O homem, que trabalha como despachante do Detran, foi liberado após comprovar que o veículo não tinha ligação com o caso.A comoção provocada pelo desaparecimento da recém-nascida mobilizou moradores da cidade em correntes de oração. O secretário de Segurança Pública de Alagoas, Flávio Saraiva, acompanhou as buscas no local.

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