“Acho que foi um momento de surto dela”, diz pai da bebê Ana Beatriz sobre companheira presa

Ao chegar no Instituto Médico Legal de Maceió no início da tarde desta quarta-feira, 16, Jaelson da Silva Souza, pai da bebê Ana Beatriz Silva de Oliveira, conversou com a reportagem do programa Fique Alerta, da TV Pajuçara, e disse acreditar que a esposa Eduarda Silva de Oliveira, que está presa pela morte da filha do casal, teve um momento de surto. 

A bebê de apenas 15 dias, dada como desaparecida desde a última sexta-feira, 11, foi encontrada sem vida nos fundos da casa da família nessa terça-feira, 15. Segundo o pai da neném, que sequer chegou a conhecê-la em vida, pois trabalhava em São Paulo, a menina era planejada pelo casal e foi fruto do relacionamento amoroso dos dois. 

“Acho que foi um momento de surto dela, ela não planejou fazer isso. Ela não planejou, não. Era um bebê planejado. Tem sido muito difícil. Não desejo que pai nenhum no mundo passe o que estou passando. Não a conheci. Estão liberando o corpo dela agora. Vou para casa dar um enterro digno à minha filha em Novo Lino”, lamentou o pai de 25 anos. 

O corpo da bebê Ana Beatriz será liberado pelo Instituto Médico Legal de Maceió nesta quarta-feira. A Polícia Científica deve divulgar em breve a causa da morte da recém-nascida. 


Relacionamento – Os delegados Igor Diego e João Marcelo, que conduziram as investigações pela Políciai Civil, contaram, nesta quarta-feira, mais detalhes sobre o relacionamento do casal. 

“Eles têm um relacionamento antigo. Eduarda era muito jovem quando começou a namorar com ele, hoje ela tem apenas 22 anos. Ele trouxe a informação de que antes dela engravidar do primeiro filho, que hoje tem 5 anos e é autista, ela já tinha muita situação de depressão. Inclusive, já tinha tentado praticar suicídio antes de ter o primeiro filho. Ele disse que já teve diversas brigas de casal e que se separavam por um tempo e depois voltavam, mas que no momento estava tudo bem entre eles”, contou Igor Diego no Fique Alerta.

Ainda segundo o delegado, mensagens encontradas no celular de Eduarda ajudaram a polícia a entender o que pode ter acontecido nos últimos dias. 

“Nós verificamos no celular dela o incômodo que ela estava tendo já com a criança doentinha na quarta-feira à noite, onde ela dizia que a criança não parava de chorar, que estava com a barriga inchada e pedia indicação de medicamentos que pudesse dar à bebê para resolver aquela situação. O que me chamou a atenção é que mesmo recebendo essas indicações ela não deu nenhum retorno se a criança tinha apresentado melhora”, completou o delegado.


O caso – A investigação sobre o desaparecimento da bebê Ana Beatriz chocou a sociedade alagoana e chamou a atenção do Brasil. A mãe da menina informou à polícia que a bebê teria sido raptada por um grupo armado na manhã da sexta-feira, 11 de abril, às margens da rodovia federal BR-101.

A Secretaria de Segurança Pública mobilizou as forças policiais em Alagoas e Pernambuco. Um homem, inclusive, chegou a ser preso por dirigir um carro com características parecidas ao que a mãe tinha descrito às autoridades, mas foi liberado ao comprovar que era inocente. 

O caso teve uma reviravolta na segunda-feira, 14, quando a Polícia Civil alagoana revelou que a Eduarda Silva de Oliveira tinha mudado a versão cinco vezes durante esse período. Foi no começo da tarde da terça-feira, 15 de abril, que o advogado José Weliton, representante da mãe, acionou a polícia para informar que o corpo da bebê teria aparecido nos fundos da residência da família. A mulher foi presa em flagrante no mesmo dia e, em uma última versão, disse que a menina morreu por asfixia. 

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