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Divulgação/Assessoria VPorts
O navio Iron Trader, embarcação que está atracada há mais de dez anos no porto de Vitória, deixará o estado nesta semana com destino ao complexo portuário de Itajaí, em Santa Catarina. A saída do navio do Cais de Capuaba, em Vila Velha, está programada para quinta-feira (17), a depender das condições do mar e do vento, nos locais de origem e de destino. Em 2020, o navio havia sido leiloado por R$ 400 mil para a Sudeste Soluções Ambientais Eireli, uma empresa da Serra, para virar sucata. Segundo o diretor de Infraestrutura e Operações da Vports, Alsimar Damasceno, depois do acordo com a empresa que adquiriu o navio, a Vports passou a atuar para que o Iron Trader deixasse o porto.“O trabalho foi realizado em três etapas, sendo a primeira a de contratação de empresa especializada para realizar inspeção técnica e levantar as deficiências da embarcação, com foco na rebocagem. Na segunda etapa, foram corrigidas anomalias e, na terceira fase, montou-se um plano de reboque, aprovado pela Marinha do Brasil”, destaca Alsimar.De acordo com o coordenador de Serviço de Tráfego de Embarcações da Vports, Agostinho Sobral, a operação deve durar sete dias, e será apoiada por rebocadores do porto capixaba. Após a saída do Cais de Capuaba, o Iron Trader será apoiada por dois deles, um “puxando” a embarcação, e outro fazendo apoio e monitoramento dela. Com isso, o navio não levará nenhum passageiro, carga ou qualquer tipo de combustível, minimizando riscos. “Teremos o que chamamos de ‘tow master’, um comandante especializado contratado para a função, que será o líder da operação de reboque do início ao fim da travessia”, completa Agostinho.Com a retirada do navio, a expectativa da Vports é reformar o berço 902, que passará por obras de revitalização, com potencial para viabilizar o aumento do escoamento de cargas já movimentadas por exploradores da empresa.HistóricoFabricado em 1981, o Iron Trader tem 78,7 metros de comprimento e chegou ao Estado em janeiro de 2015, no Cais de Capuaba, vindo da costa leste da África, transportando uma carga de equipamentos e materiais industriais elétricos (239.430 toneladas ao todo) destinadas ao Estado de Pernambuco. Por “questões humanitárias”, o navio foi autorizado a atracar no porto de Vitória.Após a chegada, as autoridades marítima, portuária, aduaneira e Polícia Federal descobriram que a tripulação de nove pessoas estava desassistida de água potável, assistência médica, alimentação e recebimento de salários. Já o navio estava sem receber óleo combustível.Com a tripulação assistida, a Justiça do Trabalho nomeou, em maio de 2015, a Codesa como fiel depositária da embarcação, sendo responsável por sua guarda até que as dívidas trabalhistas e as tarifas portuárias fossem quitadas.Durante a ‘novela’, que dura mais de dez anos, várias soluções para o navio atracado foram apresentadas. A mais famosa, era a ideia de a embarcação ser transformada em recife natural. À época, o Jornal A Tribuna ouviu especialistas que eram adeptos à transformações, e afirmavam que além de servir de atrativo turístico para mergulhadores profissionais, o recife poderia ser benéfico ao meio ambiente, atraindo variadas espécies marítimas.Relembre: https://tribunaonline.com.br/cidades/ambientalistas-querem-que-navio-abandonado-vire-recife-artificial-77629?home=esp%C3%ADrito+santo