Miguel Arcanjo Borges Guimarães, conhecido como “RL”, e Ronarth Rodrigues de Sousa, conhecido como “2R”, foram alvos de mandados de prisão cumpridos pela Polícia Civil na tarde de ontem, segunda-feira (14). Miguel foi preso em Marabá, enquanto Ronath só foi comunicado do cumprimento, pois já estava encarcerado por outro crime. Contra os dois, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
Ambos são investigados pela morte de Diego dos Anjos Xavier, conhecido como “Dunga”, ocorrida em janeiro deste ano em frente a uma residência na Avenida Pará, no Bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira. Miguel foi preso no mesmo setor, mas na Travessa Antônio Pimentel.
HISTÓRICO DE CRIMES
A operação, batizada pela Polícia Civil de “Falso Anjo”, foi desencadeada após a Polícia Civil identificar que a morte de Diego teve ligação com a disputa de territórios entre facções criminosas. As investigações apontaram que a vítima, membro de uma facção, estaria “visitando” a área de atuação de outro grupo criminoso, sem autorização.
Conforme o superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, delegado Vinícius Cardoso das Neves, os presos são os principais suspeitos de terem cometido o crime e ambos possuem histórico familiar de envolvimento com a criminalidade.

Miguel e Ronarth seriam integrantes de uma organização criminosa de origem carioca. Ronarth já estava preso por decisão da Vara de Combate ao Crime Organizado de Belém.
Conforme o relatório policial, ele atuava como “Torre” em São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará. Em geral, os “Torres” são os responsáveis por receber as contribuições financeiras dos membros das facções e repassá-las à cúpula da organização.
Também é apontado como “Disciplina Geral e Final das Dívidas” de Marabá, função executada por quem aplica as regras da facção.
Miguel, por sua vez, tentava se firmar como nova liderança no Bairro Santa Rosa, em Marabá, após a prisão do irmão e a morte do pai — ambos envolvidos com o tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil.
O HOMICÍDIO
Em janeiro deste ano, Diego estava com alguns amigos quando duas pessoas saíram de uma mata próxima e, armadas, perguntaram quem era “Dunga”. Ao ser identificada como o alvo, a vítima foi atingida com um tiro no rosto. Quando caiu, foi atingido mais vezes na região do peito.
Um irmão de Diego ainda teria entrado em luta corporal com um dos criminosos. Os dois caíram no chão e mais três tiros foram disparados. Depois disso, o irmão da vítima correu para um lado e os criminosos para outro.
MAIS DOIS ENCAMINHADOS À DELEGACIA
Durante a prisão de Miguel, mais duas pessoas foram abordadas na residência. Uma delas, menor de idade, se apresentou como irmão do preso e estava em posse de uma porção de maconha.
O outro indivíduo apresentou um documento de identificação antigo e rasurado e assumiu ser também integrante da facção criminosa. Ele informou, ainda, ser do Ceará, mas havia chegado recentemente do Rio de Janeiro com a intenção de traficar drogas em Marabá.
Conforme a Polícia Civil, contra ele há processos criminais por roubo e tentativa de homicídio no nordeste. Não foi divulgado se os dois permaneceram recolhidos ou foram liberados após prestarem depoimento na Delegacia de Homicídios.
A operação contou com a atuação da Delegacia de Homicídios de Marabá e o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil (CORE) Carajás.
(Milla Andrade)
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