Com reforma, Porto de Natal pode gerar R$ 1 bilhão em 1 ano, diz Fiern

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, afirmou que a recuperação do Porto de Natal demandará um investimento de R$ 250 milhões, com potencial de gerar, em um ano, movimentação econômica de aproximadamente R$ 1 bilhão. Segundo ele, estudo realizado pela Fiern por meio do Observatório Mais RN apontou que atualmente 74% da produção potiguar é escoada pelos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).

“O porto é viável. Nós mostramos em números, fizemos um levantamento do que precisava ser feito no porto […]. Um orçamento em torno de R$ 250 milhões de investimentos, isso em abril de 2024, e um estudo nos trouxe que, uma vez retomado o porto, teríamos um retorno em um ano de movimentação econômica em torno de R$ 1 bilhão”, disse.

Serquiz ressaltou a importância da dragagem para ampliar o calado de 10 para 12,5 metros, o que permitirá a entrada de cruzeiros e o aumento da competitividade. “O ponto logístico tem uma influência gritante no custo, não é? E o tráfego marítimo é realmente um componente que faz essa diluição”, afirmou.

Ele também destacou gargalos logísticos como as rodovias estaduais e federais, citando a RN-064, a BR-304 e os acessos à produção de mamão, cana-de-açúcar, etanol e sal como pontos críticos.
Sobre a recente taxação dos EUA sobre produtos importados, Serquiz avaliou o cenário como um risco, mas também como oportunidade.

“Isso é um fato novo que surpreendeu a todos. O comportamento diplomático é muito certeiro nas oportunidades. A Federação da Indústria, através do Observatório, está acompanhando isso, eu estou alerta a isso”, afirmou.

Ele mencionou setores locais com potencial de expansão, como vestuário, atum e pescado, além da recente venda de 40 navios de soja do Brasil para a China como exemplo de reposicionamento no mercado.

Serquiz também defendeu a descentralização do licenciamento ambiental no RN, com repasse da autorização de atividades de impacto local para os municípios, através de consórcios regionais, como Seridó, Agreste, Costa Branca e Potengi.

“O que é que nós estamos propondo ao Estado? Descentralizar o licenciamento para os municípios naquilo que for de impacto local”, explicou. Ele citou o concurso em andamento no Idema e a necessidade de revisão da Lei Complementar 272.

Na área institucional, o presidente da Fiern confirmou a instalação de uma nova sede da federação em Mossoró, prevista para ser lançada até o fim do ano. “Nós já estamos com o ponto, nós já estamos na parte de construção, esperamos que até o final do ano a gente possa lançar a sede de Mossoró”, afirmou.

Ele detalhou investimentos em escolas de referência, clínicas médico-odontológicas e formação profissional em cidades como Mossoró, São Gonçalo, Currais Novos, Macau e, futuramente, Caicó.

Sobre os sindicatos, Serquiz destacou o projeto Meritocracia e o crescimento da rede sindical na Fiern. “Nós tivemos em 2024, 122 indústrias chegando à federação, indo para a sua casa, onde elas têm que estar. Nós temos perspectivas agora de mais de 208 para 2025”, declarou.

Ele revelou que setores como petróleo, energia renovável, sal refinado e material de limpeza pleiteiam ingresso na federação. “Nós estamos de portas abertas, porque nós acreditamos que lá é a casa, realmente, da indústria, do industriário, onde ele deve recorrer”, concluiu

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