A visita feita na semana passada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Rio Grande do Norte foi, para Coronel Hélio Oliveira, mais do que um gesto político, foi a confirmação de que o eleitorado potiguar migrou de vez para o campo da direita. Segundo ele, que é presidente do diretório do PL em Natal, pesquisas internas já apontam que mais de 50% da população do Estado se identifica com pautas conservadoras. “A direita aqui no RN já ultrapassa a preferência da esquerda. O tamanho que antes era limitado a 35%, hoje já é maioria. É uma virada”, afirmou.
Coronel Hélio, que acompanhou de perto a passagem de Bolsonaro pelo Estado, relata que o ex-presidente foi recebido com entusiasmo desde a chegada ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante até os trajetos pelo interior. “Teve orquestra, capoeira, centenas de apoiadores. O presidente ficou muito emocionado”, contou. Durante o trajeto, mesmo com dores abdominais que levaram à sua internação, Bolsonaro insistiu em parar em Bom Jesus para cumprimentar moradores. “Ele não resiste ao povo. É muito solícito”, disse.
Para Hélio, a ligação afetiva entre o ex-presidente e a população potiguar é sustentada por ações concretas do Governo Federal durante a gestão de Bolsonaro. Ele cita investimentos como os avanços da obra de transposição do São Francisco, o ramal do Apodi, o ramal do Seridó, a engorda da praia de Ponta Negra e obras de infraestrutura em diversas regiões do interior. “Essas realizações criaram reconhecimento popular. Hoje, com a rejeição ao Governo Lula passando dos 50%, o cenário é muito favorável”, avaliou.
A proximidade com Bolsonaro também alimenta o discurso de Hélio sobre o novo momento político no Estado. Ele afirma que o apoio popular ao ex-presidente é resultado da clareza ideológica e da atuação em temas que impactam diretamente a vida da população. “As pessoas estão mais informadas, têm acesso a dados e estão reagindo com consciência. A direita cresceu no RN e está pronta para vencer em 2026”, disse.
Sem padrinhos e sem mandato, Coronel Hélio se lança como “senador do povo”
Coronel Hélio Oliveira não esconde a confiança com que percorre o Estado em pré-campanha ao Senado. Sem mandato, sem padrinhos políticos e apoiado diretamente por movimentos populares, o empresário e militar reformado diz que sua candidatura é uma convocação das ruas. “Fui convocado por mais de 50 mil pessoas que fazem parte do grupo Força Democrática no RN”, declarou.
O aviador, que mora há 36 anos no Estado, relata que sua trajetória de engajamento político começou em 2014, na eclosão da Operação Lava Jato. “Eu fui às ruas quando o povo era tratado como bucha de canhão e o dinheiro público era desviado enquanto faltava saúde, educação e transporte”, disse.
Em 2016, participou dos atos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e, no ano seguinte, foi o responsável por trazer Jair Bolsonaro, ainda deputado, para uma palestra em Natal.
Desde então, Hélio se transformou em referência dentro de grupos conservadores do Estado. Foi coordenador da campanha presidencial de Bolsonaro no RN em 2018 e 2022, e afirma ter percorrido mais de 25 mil quilômetros sem mandato, ajudando em projetos sociais e mobilizações populares. “Sou apaixonado por gente. Hoje participo de mais de 20 projetos sociais. Eu vejo o que o terceiro setor faz com pouco e penso no que fariam com apoio real.”
Sua pré-campanha ao Senado surgiu, segundo ele, após insistência do grupo que representa. “Perguntaram: o senhor aceita ser nosso candidato? Quando vi que isso vinha da base, de gente comum, percebi que era um chamado. E aceitei”, contou. Para ele, o Senado é hoje uma trincheira importante diante de um Judiciário hipertrofiado e de uma crise de representatividade. “Se estou ajudando sem mandato, com mandato posso fazer muito mais.”
Apesar do apoio popular, Coronel Hélio diz que caminha com os pés no chão. “A pesquisa recente me colocou com 10% das intenções de voto. Isso me motivou a continuar. Não sou aventureiro, sou pré-candidato com raízes e caminhada.”
‘Rogério e Álvaro são bons nomes para o Governo do RN’
Coronel Hélio vê a disputa pelo Governo do Estado em 2026 como um capítulo decisivo para o fortalecimento da direita no Rio Grande do Norte. Embora esteja centrado em sua pré-campanha ao Senado, ele afirma que há nomes consistentes para encabeçar a chapa majoritária.
“Rogério Marinho [senador] e Álvaro Dias [ex-prefeito de Natal] são bons nomes para concorrer ao governo. Representam o campo de centro-direita com densidade e histórico de atuação”, disse.
Para Hélio, o eleitorado potiguar quer uma alternativa ao atual modelo de gestão e já se mostra disposto a abraçar candidatos alinhados com pautas conservadoras. Ele afirma que, após a eleição municipal de 2024, começou a ser procurado por lideranças de várias regiões que o incentivaram a ocupar um espaço na disputa ao Senado. “O grupo Força Democrática viu em mim alguém que já estava fazendo o trabalho. Me pediram para representar essa força nas urnas.”
Hélio enxerga na possibilidade de disputar uma das duas vagas ao Senado em 2026 uma missão que pode fortalecer a bancada de oposição ao governo Lula (PT) e reequilibrar a representação do RN em Brasília. “Já temos um senador real da esquerda, a governadora Fátima Bezerra. A direita precisa ocupar o outro espaço. E acredito que eu possa representar esse campo com coerência e compromisso.”
Ele diz que está ouvindo a população, visitando municípios e participando de entrevistas e encontros com lideranças. “O senador Rogério me disse: vá se viabilizar. É isso que estou fazendo. Se houver viabilidade política e apoio do povo, estarei pronto para disputar.” A decisão final, segundo ele, será tomada com base em pesquisas no final do ano e no desejo de continuar contribuindo com o RN.
“Estou andando porque acredito no projeto. Se for da vontade do povo, o Coronel Hélio será o nome da direita ao Senado.”