Onde estão as mulheres que trabalham nos portos paranaenses de Paranaguá e Antonina? Essa é a pergunta que a WISTA Brazil está fazendo a todas as empresas que atuam na área portuária no Paraná. A Portos do Paraná é uma das instituições que apoia esse mapeamento.
As empresas da comunidade portuária foram convidadas a participar da pesquisa, que traçará o perfil da força de trabalho feminina na estrutura portuária paranaense. O objetivo do estudo é buscar formas de alcançar a equidade de gênero, conforme apontam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O setor portuário ainda é um ambiente onde a mão de obra é majoritariamente masculina.
Governador anuncia projeto para construir terminal de cruzeiros no Porto de Paranaguá
“Estamos buscando refinar os dados que formam o panorama nacional do assunto. O momento é de regionalizar a pesquisa, para que possamos conhecer detalhadamente como é composto esse grande mosaico. É notório que a situação é diferente em cada parte e porto do país. É importante conhecer, entender, para trazer propostas efetivas que nos ajudem a alcançar a equidade em nosso Estado”, justifica Andréa Almeida, bióloga e analista portuária da Portos do Paraná e associada da WISTA Brazil.
Ela é uma das representantes da WISTA (Associação Internacional de Transporte e Comércio Feminino) Brazil e atua como diretora regional da entidade no Paraná. A WISTA foi fundada no Reino Unido, em 1974, e a afiliada brasileira surgiu em 2016.
“A missão da WISTA é acolher e apoiar mulheres e pessoas não binárias nos setores marítimo, de comércio e logística. Entre as ações está a cooperação com a ANTAQ e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR),que, entre outras iniciativas, foi responsável pelo lançamento do Guia de Enfrentamento ao Assédio no setor aquaviário”, explica Andréa.
As empresas poderão informar a porcentagem de mulheres em seus quadros e o perfil dos cargos que elas ocupam. “É importante recolher dados que nos mostrem cada uma dessas nuances, para que possamos reunir esses grupos, entender suas dificuldades e conhecer os aspectos que já evoluíram e que trazem algum equilíbrio ao setor”, analisa a diretora.
As respostas podem ser enviadas até o dia 30 de abril. Além da Portos do Paraná, foram convidados a participar do estudo operadores, agências marítimas, prestadoras de serviços portuários, empresas de rebocadores e até escritórios de advocacia que atuam no setor. A ação conta com o apoio do Sindicato dos Operadores Portuários, do Sindicato das Agências Marítimas do Paraná, do movimento Mulheres & Portos e da própria Portos do Paraná. A divulgação dos resultados está prevista para a segunda quinzena de maio.
“Com toda a tecnologia existente, é preciso quebrar o mito de que o setor portuário não é um lugar para mulheres. É fundamental criar um ambiente seguro e inclusivo, que incentive a entrada feminina nesse mercado. Com os dados em mãos, queremos encorajar as mulheres que sonham em atuar no setor a ingressarem nas diversas carreiras do meio aquaviário e portuário”, finaliza Andréa.
Fonte: Portos do Paraná