Corpos encontrados em barco à deriva no PA: caso completa um ano, e inquérito não identificou as vítimas


Todas as nove vítimas do caso, que completou um ano neste domingo (13) foram sepultadas em Belém. Elas foram encontradas por pescadores perto de Bragança, cidade no nordeste paraense. Corpos que estavam em barco à deriva no Pará foram enterrados em Belém.
Adelson Albernás / TV Liberal
O caso dos corpos encontrados em um barco à deriva no Pará completa um ano neste domingo (13). O inquérito da Polícia Federal do Pará foi concluído neste ano e não identificou nenhuma das nove vítimas.
👉 A embarcação foi avistada por pescadores no dia 13 de abril de 2024, na baía do Maiaú, próxima à ilha de Canelas, em Bragança, município no nordeste do estado. Os trabalhadores comunicaram as autoridades, que levaram cerca de 12 horas para trazer o barco com os corpos a um porto da cidade.
Os nove corpos foram encontrados pelo Instituto Médico Legal (IML) depois que a embarcação foi transportada para a unidade de perícia em Bragança. Todos os mortos eram homens adultos de países da África, como Mauritânia e Mali.
Os nove corpos encontrados tiveram como causa de morte principal a fome e a sede.
🛶 Segundo as investigações da PF, o barco, que foi encontrado sem motor e qualquer tipo de direção, possivelmente deixou a Mauritânia em janeiro de 2024 rumo às Ilhas Canárias, em uma rota migratória da África para a Europa.
Um ano depois do início do caso, a Superintendência da PF no Pará informou que as vítimas não foram identificadas durante as investigações locais.
📃 A Superintendência disse que o caso já foi concluído no Pará e o inquérito sugere arquivamento do caso por falta de provas de crime cometido em território nacional.
Os corpos foram transportados para Belém em um caminhão frigorífico e sepultados no cemitério público São Jorge, em Belém, no dia 25 de abril, sem lápides. A prefeitura da capital trata as vítimas como refugiadas e disse que não houve procura por nenhum familiar ao longo deste um ano.
Na época, Carlos Eduardo Palhares, diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INS) da PF em Brasília, disse que os peritos conseguiram coletar sete das nove impressões digitais, além de 27 celulares que estavam no barco.
O g1 questionou sobre possíveis atualizações deste trabalho de identificação do INS. A PF de Brasília, que continua com as investigações, disse que o processo está sob sigilo e que não vai se manifestar.
A PF no Pará destacou que o governo da Mauritânia pode auxiliar na identificação com base no trabalho do inquérito e que existem associações de familiares no país em busca constante por parentes que tentaram sair do território.
Barco foi encontrado à deriva no Pará com corpos no fundo da embarcação.
Reprodução
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Rota da embarcação
Documentos e objetos foram encontrados junto aos corpos e apontaram, de acordo com a perícia, que as vítimas eram migrantes do continente africano. Os agentes da Polícia Federal afirmam que o barco provavelmente partiu da Mauritânia, oeste da África.
Os peritos também dizem que a embarcçaão poderiam ter mais de 25 pessoas ao longo da viagem. As investigações preliminares da PF revelaram indícios de que as mortes podem estar associadas ao crime de contrabando ilegal de imigrantes.
A polícia não informou quando exatamente as pessoas morreram, mas afirmou que as mortes podem ter ocorrido um mês antes, já que os corpos estavam em estado avançado de decomposição.
A suspeita é que a embarcação tenha ficado à deriva e sofrido influência das correntes marítimas e do vento por aproximadamente dois meses.
👉 Segundo o doutor em oceanografia Yuri Prestes, formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), já que a possível origem das vítimas é o oeste africano, o barco pode ter passado pela corrente marítima das Canárias, que, na altura da Mauritânia (um dos países que consta nos documentos das vítimas), se bifurca, podendo ir para o sul do continente africano ou adentrar a corrente Equatorial do oceano Atlântico, levando a embarcação ao litoral do Brasil.
Infográfico: veja onde barco com corpos foi encontrado no Pará.
g1
Pescadores registraram corpos dentro de barco.
Reprodução / TV Liberal
Agentes públicos ao lado dos caixões com as vítimas, em Belém, no dia do sepultamento.
Reprodução / Redes sociais
PF diz que corpos encontrados em barco no Pará são de africanos que iam para a Europa
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