“Só se eu estiver morto”, diz Lobão sobre possibilidade de filme

Não é de hoje que os filmes baseados em figuras históricas da música, também chamados de cinebiografias, viraram moda no mundo do cinema. Recentemente, tivemos a presença de “Um Completo Desconhecido”, inspirado na trajetória de Bob Dylan, e “Better Man”, baseado na vida de Robbie Williams, na corrida por estatuetas no Oscar. O cinema nacional também não ficaria de fora dessa onda.Em 2025, foi anunciado “Homem com H”, filme que irá adaptar a história de Ney Matogrosso para as telonas. Um dos temas que serão abordados é o relacionamento de Ney com Cazuza, tópico que foi deixado de fora do filme “Cazuza — O Tempo Não Para”. Amigo pessoal de Cazuza, o cantor Lobão já demonstrou algumas vezes não gostar do filme. Um dos motivos para isso é o fato da produção não tê-lo procurado para produção do longa.“[Sobre] a própria personalidade dele, eu tenho coisas que são substancialmente válidas de se ouvir, afinal de contas, eu sou parceiro do cara, vivi com ele, estive com o cara por anos, sei como ele funciona”, contou em entrevista ao MASSA!. Sobre a possibilidade de um filme sobre sua história, Lobão não escondeu o descontentamento com a ideia. “Só se eu estiver morto, porque eu vou ficar muito deprimido se eu me ver na tela”, afirmou.

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O músico não hesitou em defender que deseja morrer antes que algum filme sobre sua vida ganhe os cinemas. “Eu posso imaginar eu escrever um livro e isso ser transformado num filme. Eu iria ficar achando um pesadelo. Não tenho a menor vontade de ver. Acho que historicamente vai ser necessário que isso ocorra, talvez depois de minha morte, mas que eu não esteja vivo para ver pelo amor de Deus. Acho muito deprimente”, acrescentou.Essa visão crítica sobre adaptações cinematográficas surgiu ainda na infância. O desapontamento não se limita apenas a cinebiografias, mas também a adaptações de obras literárias. “Eu já via isso quando eu era criança, quando eu li toda [a obra] do Monteiro Lobato. De repente, você tinha o Monteiro Lobato na televisão, e para mim era um pesadelo, você transformar aquela imagem que está em seu abstrato e ela ser roubada de seu abstrato e ser substanciada pela televisão”, explicou.Lobão explica que consome cinema apenas como uma forma de escapar da realidade. Dessa forma, as cinebiografias são algo que não lhe despertam nem um pingo de interesse. “Eu jamais perderia um minuto da minha vida curioso para ver uma cinebiografia, seja de quem for. ‘Olha a cinebiografia do Jimi Hendrix’, eu nunca vou ver, porque é claro que vou ficar decepcionado, é óbvio. Pode ser um gênio, o diretor, o ator, mas sempre vai ficar muito aquém da realidade”, pontuou.

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