Com o avanço da tecnologia, a frequência no uso de telas fez com que as pessoas não largassem celulares e computadores. Isso, porém, pode ser muito prejudicial a saúde.O celular se tornou um importante aliado no acesso à informação e à educação. No entanto, o uso precoce e sem supervisão da tecnologia por crianças e adolescentes também levanta um alerta: os riscos do ambiente digital. A popularização das telas — intensificada durante a pandemia da Covid-19, quando o ensino remoto se tornou realidade — transformou a infância, alterando a forma como os pequenos ocupam o tempo livre e constroem relações sociais.A médica pediatra e neonatologista Tatiana Cicerelli Marchini, ao IG, explicou que a internet, embora faça parte da vida cotidiana, pode apresentar perigos. “Ensinar desde cedo ajuda as crianças a desenvolverem um senso crítico e comportamentos responsáveis. Isso é fundamental porque, na infância, o cérebro está em formação e as experiências vividas moldam sua compreensão do mundo”, destacou.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Uso excessivo de celulares aumenta transtornos psicológicosConfira 5 dicas para reduzir o tempo de tela das crianças!Perigos digitais: o que observar e como prevenirEntre os principais riscos da navegação infantil estão a exposição a conteúdos impróprios, o contato com predadores online e o cyberbullying. De acordo com especialistas, a melhor forma de combater esses problemas é estar atento aos sinais de alerta e manter o diálogo aberto com os filhos.Tatiana aponta que sintomas como isolamento, ansiedade e tristeza podem indicar que algo não vai bem. “Se a criança apaga rapidamente a tela ou fica nervosa ao usar dispositivos, isso pode ser um sinal. Mudanças no sono, apetite ou no desempenho escolar também devem ser observadas”, alerta.Monitorar os aplicativos e sites acessados, orientar sobre segurança e ensinar a identificar ameaças são atitudes fundamentais. Isso inclui explicar o que são mensagens suspeitas e com quem elas podem ou não interagir online.Educação digital começa em casaA pediatra neonatologista Cecilia Gama, também ao IG, reforçou que a educação digital deve começar cedo. “As crianças precisam entender que suas ações online têm consequências no mundo real. Isso contribui para a formação de cidadãos digitais éticos e respeitosos”, afirmou.Quer mais notícias de saúde? Acesse nosso canal no WhatsAppEntre as orientações práticas estão a criação de senhas seguras, a não divulgação de dados pessoais, o uso de contas privadas em redes sociais e o bloqueio ou denúncia de usuários suspeitos. Além disso, pais e responsáveis devem conversar sobre os conteúdos publicados pelas crianças e alertar sobre os perigos de interações com desconhecidos.Como agir diante de situações delicadas?Para lidar com situações adversas, é essencial oferecer um ambiente seguro e de confiança, onde a criança possa tirar dúvidas e compartilhar experiências. Tatiana sugere o uso de exemplos fictícios para ajudar os pequenos a identificarem comportamentos inadequados. “Diga algo como: ‘Se alguém que você não conhece pedir para conversar em particular ou mandar fotos, isso é errado. O que você faria?’”, sugere.Na mesma entrevista, a psicóloga Larissa Fonseca reforçou que o apoio familiar é decisivo. “Os pais precisam garantir que não haverá punições ou críticas quando a criança se abrir. Reforçar que pedir ajuda é um ato de coragem cria um espaço seguro para o diálogo.”Supervisão com equilíbrioQuando o assunto é monitoramento, o equilíbrio deve levar em conta a idade da criança. “Para os pequenos, a supervisão direta é essencial. Já com os adolescentes, o ideal é manter o diálogo constante e monitorar com discrição, respeitando sua privacidade, mas sempre prontos para intervir, se necessário”, orienta Tatiana Cicerelli.Aplicativos como Qustodio, Family Link e Bark são ferramentas úteis para auxiliar os pais nesse acompanhamento, oferecendo recursos que ajudam a controlar o tempo de uso e o tipo de conteúdo acessado.
Como educar crianças sobre os perigos na internet? Aprenda
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