Por muito tempo, o universo infantil foi quase que exclusivamente tingido de rosa para meninas e azul para meninos. No entanto, essa paleta binária parece estar se expandindo, impulsionada por novas tendências, a busca por individualidade e uma crescente quebra de estereótipos de gênero. Mas, afinal, quais são as cores que realmente predominam no guarda-roupa e nos objetos que cercam as crianças hoje, sob a ótica dos pais?
Uma pesquisa informal com pais e mães de diferentes idades e estilos em Maceió revela um panorama interessante. Embora os clássicos rosa e azul ainda marquem presença, especialmente em itens para bebês, uma gama muito mais ampla de cores tem ganhado espaço nas escolhas parentais.
Além dos clichês: uma explosão de cores neutras e vibrantes:
Cores neutras como cinza, branco, bege e tons terrosos surgem como uma forte tendência. Pais relatam que essas cores oferecem versatilidade, facilitando a combinação de peças e permitindo que o foco esteja no conforto e na qualidade do tecido. Além disso, tons neutros são considerados menos datados e podem ser facilmente reaproveitados para irmãos ou amigos, promovendo um consumo mais consciente.
“Eu gosto muito de vestir minha filha com cores neutras. Acho elegante e permite que os acessórios e a própria criança se destaquem. Sem contar que combina com tudo!”, comenta Ana Paula, mãe de uma menina de 3 anos.
Paralelamente, as cores vibrantes e alegres continuam sendo uma escolha popular, refletindo a energia e a vivacidade da infância. Amarelo, verde, laranja e tons de vermelho aparecem com frequência em roupas, brinquedos e decoração dos quartos. Essas cores são associadas à alegria, criatividade e otimismo, sentimentos que muitos pais desejam cultivar em seus filhos.
“Meu filho adora cores fortes! Acho que combina com a personalidade dele, que é superativa. O guarda-roupa dele é um arco-íris!”, conta Carlos, pai de um menino de 5 anos.
A influência da geração Alpha e a quebra de barreiras:
A chamada Geração Alpha, composta por crianças nascidas a partir de 2010, tem crescido em um ambiente com menos barreiras de gênero em diversos aspectos, incluindo as cores. Muitos pais dessa geração buscam cores que não estejam tradicionalmente associadas a um gênero específico, optando por roxo, verde-água, coral e tons de mostarda.
“Para mim, cor não tem gênero. Minha filha usa azul e verde sem problemas, e meu filho adora uma camiseta vermelha. O importante é que eles se sintam bem e confortáveis”, afirma Mariana, mãe de um casal de gêmeos de 6 anos.
A psicologia das cores e as escolhas parentais:
A psicologia das cores também pode influenciar as escolhas dos pais. O azul ainda é associado à calma e tranquilidade, o verde à natureza e frescor, o amarelo à alegria e otimismo, e o vermelho à energia e paixão. Embora não seja uma regra rígida, essas associações podem guiar a decisão dos pais ao escolherem cores para o ambiente e o vestuário dos filhos.
Além da roupa: cores nos brinquedos e decoração:
A tendência de diversificação de cores também se reflete nos brinquedos e na decoração dos quartos infantis. Brinquedos educativos e de madeira muitas vezes apresentam cores neutras ou tons pastel. Já os quartos tendem a ter paredes em cores suaves, com toques de cores mais vibrantes em detalhes como almofadas, cortinas e objetos decorativos.
A individualidade acima de tudo:
No final das contas, a escolha das cores mais usadas pelos pais de crianças parece estar cada vez mais ligada à individualidade de cada criança e ao desejo dos pais de oferecer um ambiente rico em estímulos visuais, sem se prender a rótulos ou tradições ultrapassadas. A paleta infantil se expande, celebrando a diversidade e a alegria de ser criança em todas as cores do arco-íris.