Produtores rurais são treinados para auxiliar no combate às queimadas durante estiagem no interior de SP


Em preparação para o período de menor incidência de chuvas, que começa em junho, Defesa Civil Estadual realizou o trabalho em São José do Rio Preto (SP) com participação de agentes de 96 municípios. Em 2024, noroeste paulista enfrentou uma das piores estiagens e diversas ocorrências de fogo em áreas de mata. Defesa Civil realiza treinamento sobre incêndio com agentes e produtores rurais
Diante do aumento expressivo de focos de incêndio em áreas de vegetação no ano de 2024, brigadistas, agentes de proteção e produtores rurais de 96 municípios da região de São José do Rio Preto (SP) participam de um treinamento para auxiliar no combate às queimadas durante a estiagem.
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O treinamento teórico foi realizado pela Defesa Civil Estadual e reuniu 317 participantes. Eles foram orientados sobre como agir na temporada de poucas chuvas, baixa umidade relativa do ar e aumento na incidência de incêndios, prevista para começar em junho.
A necessidade do treinamento se justifica pelos dados alarmantes registrados na região noroeste paulista. Em Rio Preto, por exemplo, o número de focos de incêndio subiu 92% entre janeiro e agosto de 2024, comparado a todo o ano de 2023. Foram 1.623 ocorrências em oito meses, contra 845 registradas ao longo de 2023. Em toda a região, os registros subiram de 3.076 para 4.993 no mesmo período.
O agricultor Antônio José Boci, de Cedral (SP), já sentiu os impactos dessas queimadas. No ano passado, ele perdeu cercas, pastagens e três animais em um incêndio que devastou sua propriedade de cinco alqueires e meio. O prejuízo, segundo ele, foi de cerca de R$ 70 mil.
“A gente vai se recuperando devagar, né? Ainda não tá 100%, mas melhorou. Agora, com a chuva, já deu pra plantar de novo. Mas foi terrível”, lamenta.
Além das causas naturais e da seca, ações criminosas também preocupam as autoridades. De acordo com a Estação Florestal, das 250 ocorrências de incêndio no Estado, 107 foram criminosas, o que representa mais de 40% dos casos.
A diretora interina da Divisão de Prevenção e Preparação da Defesa Civil, Lidiara Lenarduzzi, explicou, em entrevista à TV TEM, que a ação faz parte da fase amarela da “Operação São Paulo Sem Fogo”, voltada à preparação das cidades para o combate a incêndios.
“Estamos nos capacitando, aparelhando as agências e promovendo conhecimento sobre legislações, limites de atuação e formas de combate, para que na fase vermelha, a partir de 1º de junho, possamos dar a melhor resposta”, afirma.
Produtores rurais são treinados para auxiliar no combate às queimadas durante estiagem no interior de SP .
Reprodução/TV TEM
A capacitação tem apoio da CETESB, Fundação Florestal, Secretaria de Meio Ambiente, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, além da Vigilância Sanitária e meteorologistas. Uma das novidades anunciadas é o aumento da multa para queimadas ilegais, que passou de R$ 1 mil para R$ 3 mil por hectare, segundo nova resolução em vigor desde março.
O agricultor Antônio José passou por um incêndio que devastou sua propriedade de cinco alqueires e meio.
Reprodução/TV TEM
A programação da Defesa Civil inclui ainda aulas práticas entre os dias 12 e 16 de maio.
“É fundamental que os municípios conversem entre si, conheçam suas estruturas e se apoiem. Um município mais atingido pode contar com a ajuda de outro, ou até do Estado, com bombeiros, helicópteros e aviões, se necessário”, completa Lidiara.
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