Uma réplica digital em tamanho real do Titanic, criada a partir de mais de 700 mil imagens subaquáticas, trouxe novos dados sobre o naufrágio ocorrido em 1912. O escaneamento tridimensional permitiu a reconstrução detalhada do navio e identificou elementos estruturais que ajudam a explicar as causas da tragédia.O Titanic, localizado a 3.800 metros de profundidade no oceano Atlântico, foi mapeado com o uso de veículos subaquáticos operados remotamente. A digitalização em 3D permitiu visualizar pela primeira vez toda a extensão do naufrágio, incluindo a proa preservada e a popa deformada pelo impacto com o solo marinho.Uma das áreas analisadas com mais detalhes foi a sala de caldeiras, situada na seção dianteira do navio. O modelo mostra caldeiras ainda em posição funcional e uma válvula de vapor aberta, o que indica que o sistema de energia elétrica operava até os momentos finais do navio.Conteúdo relacionado:Porta do ‘Titanic’ é vendida por 3,5 milhõesPor que a tragédia do Titanic ainda nos é tão fascinante?26 anos de Titanic: descubra 5 curiosidades sobre o filmeNova simulação computacional explica rompimento do cascoUma equipe da University College London criou uma simulação digital baseada nas plantas originais do Titanic, com informações sobre velocidade, direção e impacto com o iceberg. A análise identificou que o casco sofreu pequenas perfurações, semelhantes em tamanho a folhas de papel A4, ao longo de uma área extensa. Embora pequenas, essas aberturas permitiram o alagamento progressivo de seis compartimentos, superando a capacidade de flutuação do navio.Esses dados reforçam a hipótese de que o projeto original previa resistência apenas para o comprometimento de até quatro compartimentos, o que não foi suficiente para conter a entrada de água após o impacto.Escotilha danificada e evidências no local do naufrágioO escaneamento também identificou uma escotilha danificada na área da colisão, compatível com relatos de sobreviventes que mencionaram o ingresso de gelo em cabines próximas. De acordo com pesquisadores, os dados digitais permitem observar o naufrágio como uma cena de investigação, onde cada detalhe pode contribuir para entender a sequência dos eventos.A tecnologia empregada também capturou vestígios pessoais dos passageiros, espalhados pelo fundo do mar, reforçando a dimensão humana da tragédia que causou a morte de cerca de 1.500 pessoas.Quer mais notícias de curiosidades? acesse o nosso canal no WhatsAppEstudo sobre ações da tripulaçãoO escaneamento permitiu observar sinais de funcionamento dos sistemas internos até os últimos momentos. Segundo registros, engenheiros permaneceram operando os equipamentos para manter as luzes acesas enquanto os botes salva-vidas eram lançados, o que contribuiu para evitar maior desorganização no momento do abandono do navio.Pesquisas continuamEspecialistas afirmam que a réplica digital ainda será analisada por vários anos. O escaneamento pode oferecer novas interpretações sobre o naufrágio do Titanic, com potencial de revelar informações não acessíveis por métodos tradicionais de exploração subaquática.
Réplica do Titanic em 3D revela causas do naufrágio de 1912
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