Juba, Pulga e o imediatismo no futebol: o brilho da dupla no Bahia

Juba e Pulga estão voando. Não é armação ilimitada, em que os protagonistas Juba e Lula encaravam grandes aventuras, inclusive nas alturas, mas essa dupla está fazendo o maior sucesso na temporada 2025, pelo lado esquerdo tricolor. Os camisas 46 e 16 têm se revezado no protagonismo na maior parte dos jogos recentes do Esquadrão, como ontem, quando Pulga fez o único gol do triunfo histórico contra o Nacional, em Montevidéu, o primeiro do clube fora do país pela Libertadores. Eles guardam semelhanças e diferenças grandes entre si.

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Sobre os dois, é interessante mostrar como o futebol foge das fórmulas prontas. Às vezes, uma contratação é tratada como acerto quase imediatamente, enquanto em outras oportunidades, o resultado pleno vem com o tempo, em longo prazo. Tem nomes que chegam em um clube como se já estivessem em casa, enquanto outros necessitam de um tempo para adaptação e amadurecimento.Erick Pulga tem pouco tempo de clube. Chegou em janeiro e rapidamente conquistou os corações tricolores. Já foi, inclusive, o grande nome de um título tricolor: o 51º estadual, em que jogou muito, principalmente no triunfo no primeiro Ba-Vi da final, com golaço, ele destruiu com o clássico. Ontem, fez o sexto tento em 19 jogos.Além disso, entrega características diferentes das que eram vistas no time titular do ano passado, aumentando a verticalidade, com velocidade, habilidade e objetividade.Evolução de Luciano JubaLuciano Juba, por sua vez, já tem um ano e meio de clube, com participações em três temporadas diferentes, desde que chegou, em 2023, para ajudar na permanência na Série A. Demorou a arrumar um espaço, mas finalizou o Brasileiro como titular, na lateral.Mesmo antes de brilhar, já foi decisivo, com gol na goleada contra o Galo, que garantiu o Bahia na elite.No ano passado, consolidou-se como titular absoluto, mas foi agora em 2025, que parece ter desbloqueado o modo protagonista, guardado desde a saída do Sport.

Luciano Juba tem sido um dos destaques do Tricolor no ano

|  Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Antes muito mais discreto, hoje o camisa 46 parece estar presente em cada canto do campo e já fez um gol e distribuiu seis assistências. Na maior parte do tempo, atuou na função Juba, desdobrando-se entre a lateral e o meio, sendo vital para o esquema.E o poder da confiança, muitas vezes subestimado, aliado à paciência, está sendo evidenciado nesta evolução. Para exemplificar, a jogada do cruzamento para o gol de Gilberto frente ao Corinthians e o lance do golaço contra o Santos surgiram em situações em que, até bem pouco tempo, ele não parecia se sentir capaz de superar os adversários, e preferia passar para o lado. Com o moral alto, ele encarou e decidiu nas duas ocasiões.O cearense Pulga e o pernambucano Juba são os únicos nordestinos do time titular da maior parte da atual temporada. O baiano Cauly vem voltando a ganhar mais chances nas escalações iniciais, como ontem, em Montevidéu.Bahia City certeiro nas contrataçõesÉ interessante, inclusive, ver como o Bahia conseguiu, com observação e poderio econômico, reforçar a equipe com destaques de outros clubes da região: Juba, do Sport, em 2023, Caio Alexandre, do Fortaleza, em 2024, e Pulga, do Ceará, em 2025.Curioso é que o Bahia já havia sofrido diante de Luciano Juba e Erick Pulga. Juba, pelo Sport, havia marcado três vezes em seis embates contra o Tricolor, enquanto Pulga, em duas partidas, por Ferroviário e Ceará, havia feito três gols.Que os fantásticos Pulguinha e Jubinha sigam voando e dando muitas alegrias para a torcida tricolor e que essa equipe siga com feitos históricos.

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